As rupturas no sistema de gasoduto Nord Stream sob o Mar Báltico levaram ao que é provavelmente a maior liberação individual já registrada de metano, gás que é prejudicial ao clima, disse o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nesta sexta-feira (30).
Nesta semana, pesquisadores associados ao Observatório Internacional de Emissões de Metano (Imeo) do Pnuma realizaram uma análise de imagens de satélite do vazamento e detectaram uma enorme nuvem de metano altamente concentrado. Este gás agrava o efeito estufa e é muito mais potente que o dióxido de carbono, embora seu tempo de vida seja mais curto.
“Isso é muito ruim, provavelmente o maior evento de emissão já detectado”, disse Manfredi Caltagirone, chefe interino do Imeo, à Reuters. “[Esse vazamento] não é útil em um momento em que absolutamente precisamos reduzir as emissões.”
Os pesquisadores ainda não foram capazes de quantificar, a partir das imagens, a quantidade de metano que está vazando do tanque do sistema de dutos da Gazprom. Eles estimam, entretanto, que a taxa de emissões seja maior do que a de um grande vazamento que ocorreu em dezembro de 2021 no Golfo do México — cerca de 100 toneladas métricas de metano vazaram por hora.
Na ocasião, 40 mil toneladas métricas de metano foram liberadas em apenas 17 dias, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Politécnica de Valência, na Espanha, e publicado na revista “Environmental Science & Technology Letters”. Segundo a Calculadora de Equivalências de Gases de Efeito Estufa da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, esta quantia equivalente à queima de cerca de meio bilhão de quilos de carvão.
Fonte: G1