Foi dada a largada para os preparativos da XIII Reunião de Classificação e Correlação de Solos (RCC), a ser realizada entre os dias 19 e 26 de outubro de 2019 pela primeira vez no Maranhão. O evento tem a coordenação da Embrapa Cocais e da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, em parceria com a Embrapa Solos, e contará com a participação de cerca de 100 especialistas em solos do Brasil e do exterior
A Reunião, em fase de preparação, com campanhas de campo, conhecidas como pré-RCC. A primeira campanha, para reconhecimento e definição do roteiro (locais e ambientes) e questões de logística, ocorreu no período de 19 a 25 de agosto. A segunda campanha foi iniciada desde o último dia 30 e vai até o dia 13 de outubro e tem como objetivo a abertura, descrição e coleta de perfis de solos representativos do Estado ou aqueles que carecem de maiores pesquisas para compreensão da sua gênese e/ou caracterização e classificação. A terceira e última campanha, com o mesmo objetivo da segunda, está programada de 11 a 24 de novembro. No total, serão descritos e coletados cerca de 16 perfis de solos completos, cujas amostras serão analisadas pelos laboratórios da Embrapa Solos e das instituições parceiras no que diz respeito à sua caracterização física, química e mineralógica, além da descrição morfológica.
Segundo explica a Chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, a largada foi dada e o primeiro solo descrito e coletado para análises foi no Município de Morros. De lá, outros perfis de solo foram abertos e amostrados, em Bacabeira, Bacabal, Vitória do Mearim e São Mateus. A equipe segue para o sudoeste e o sul do Maranhão, onde outros solos de interesse agrícola os aguardam. Os resultados, após as análises de laboratórios, serão organizados juntamente com outras informações sobre a paisagem (relevo, vegetação, geologia, geomorfologia…) e apresentados no “Guia de Campo da RCC-MA”, que será entregue a todos os participantes no primeiro dia da RCC-MA.
“Uma particularidade das RCCs é que elas não ocorrem em auditórios ou dentro das instituições, mas leva os especialistas de solos, da área de pesquisa, desenvolvimento e ensino superior, aos locais de ocorrência dos solos a serem discutidos e debatidos. Ou seja, o evento é uma atividade itinerante que percorre os principais ambientes de cada estado em que a visita é organizada. O percurso da viagem no Maranhão foi escolhido cuidadosamente para abranger a variabilidade de solos do Estado e contemplará os municípios de São Mateus, Santa Inês, Porto Franco, Grajaú, Barra do Corda, Presidente Dutra, Codó, Chapadinha e Santo Amaro do Maranhão, em um total de 12 a 16 perfis de solos”, detalha a gestora e pesquisadora na área de solos.
Mais sobre o evento – A RCC é um importante e tradicional evento técnico-científico promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo a cada dois anos em um Estado da Federação Brasileira para promover a validação e aprimoramento do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) e dar suporte às pesquisas na área de solos na região de abrangência da RCC, por meio da observação in loco de diversos perfis de solo de uma determinada região/estado.
O evento a ser realizado no Maranhão tem o patrocínio do Instituto de Agronegócios do Maranhão-INAGRO e da UEMA e com a colaboração de diversas instituições, dentre as quais a Universidade Federal de Viçosa-UFV, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”-ESALQ, a Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro-UFRRJ, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM.
No Maranhão, irá aprofundar os conhecimentos a respeito dos solos do Estado, que está localizado entre os Biomas Cerrado e Amazônia, caracterizado por grande diversidade de ecossistemas, que incluem cerrados, floresta equatorial, região de cocais e campos inundáveis, além de restingas, manguezais e caatinga.
As últimas edições da RCC foram realizadas em estados da região Norte e/ou com características edafoclimáticas similares (Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso), o que demonstra a busca do conhecimento sobre as potencialidades e limitações dos solos do bioma Amazônia. A expectativa é que essas informações auxiliem em técnicas de conservação do solo, especialmente em atividades agropecuárias, assim como estimulem o desenvolvimento de pesquisas em solos e o intercâmbio entre pesquisadores e professores.
Fonte: Embrapa