Para marcar o Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio, a Proteção Animal Mundial, organização não governamental que atua em prol do bem-estar animal, posiciona-se abertamente contra qualquer atividade de caça. Com nota de posicionamento publicada em seu site, a organização também integra o conjunto de cerca de 800 instituições, cientistas e personalidades brasileiras signatárias do manifesto “Sociedade reage: não à liberação da caça no Brasil!”. O manifesto, juntamente com um abaixo-assinado com quase 500 mil assinaturas, liderado pela Aliança Pró-Biodiversidade, foi entregue hoje aos deputados federais membros da Frente Parlamentar Ambientalista, em café da manhã, realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
“Consideramos a caça uma ação cruel, injustificável e fonte de extremo sofrimento para as populações de animais”, afirma a diretora executiva da Proteção Animal Mundial no Brasil, Helena Pavese, citando que, além de não respeitar a integridade dos animais, as atividades de caça são fontes de sofrimento, seja instantâneo, seja prolongado, quando o animal é ferido e não vai a óbito e pode agonizar por dias antes da sua morte. “Além disso, a caça está conectada ao terrível mercado de tráfico de animais silvestres, no qual mães podem ser abatidas por protegerem seus filhotes que, uma vez capturados, terão uma vida inteira de sofrimento em jaulas e gaiolas, comercializados e mantidos como animais de estimação”, explica a diretora
Proibida desde 1967 no Brasil, a caça pode voltar a ser legal no país graças ao intenso movimento de um conjunto de atores políticos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que estão empenhados em regular essa atividade. A maior ameaça vem do Congresso Nacional, onde tramitam cinco projetos de lei (PL) que têm como objetivo final a regulação da caça no Brasil (PL 7136/2010; PLP 436/2014; PL 986/2015; PL 6268/2016 e PL 1019/2019).
Apesar de alguns deles estarem em tramitação na Câmara dos Deputados há quase 10 anos, foram impulsionados novamente com algumas medidas do atual governo federal, como a liberação do porte de arma para o grupo conhecido como CACs – Colecionadores, Atiradores e Caçadores. Somam-se a isso falsos argumentos que relacionam a aprovação da caça com benefícios para a conservação da biodiversidade e o controle de espécies exóticas invasoras, o que não tem qualquer embasamento em fatos e na ciência mais atual.
“Todos os projetos que visam regulamentar a caça no Brasil afrontam diretamente o Princípio da Dignidade Animal, contemplado na nossa Constituição Federal. Isso é um desrespeito às leis nacionais e aos compromissos do Brasil com sua população e com a comunidade internacional. Não podemos permitir o extremo sofrimento a milhões de animais, com consequências diretas ao desequilíbrio das populações nativas, causando um verdadeiro retrocesso ambiental”, finaliza Helena.
Sobre a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection)
A Proteção Animal Mundial (anteriormente conhecida como Sociedade Mundial para a Proteção Animal) mudou o mundo para proteger os animais por mais de 50 anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e evitar seu sofrimento. As atividades da organização incluem trabalhar com empresas para garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus cuidados; trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que animais silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar as vidas dos animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em situações de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a colocar os animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos animais para melhor.