EXCLUSIVO: Pesquisa do Ministério da Educação mostra tendências da relação entre os jovens e o meio ambiente

Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Cerca de 550 adolescentes brasileiros entre 11 e 14 anos de idade escreveram e assinaram a Carta das Responsabilidades “Vamos Cuidar do Brasil”, durante a II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, de 23 a 28 de abril de 2006, promovida pelo Ministério da Educação e do Meio Ambiente.

Eles representavam 11.475 mil escolas e comunidades de todo o país que realizaram suas Conferências de Meio Ambiente em 2005, com 3.8 milhões de pessoas.

Os participantes assumiram responsabilidades e compromissos de ações locais a partir de debates baseados em Acordos Internacionais sobre Biodiversidade, Mudanças Climáticas, Segurança Alimentar e Nutricional e Diversidade Étnico – Racial.

Mas quem são esses adolescentes, de onde vêm, o que pensam e o que fazem pelo meio ambiente? Para responder a essas perguntas, o Ministério da Educação, através da Coordenação Geral de Educação Ambiental, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – SECAD firmou parceria com a Empresa Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão (Vitória – ES), para um levantamento cujo objetivo foi identificar o perfil dos delegados e delegadas da II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente e sua percepção sobre as questões socioambientais, incluindo o seu grau de interesse e envolvimento com o tema.

O levantamento verificou que as delegações participantes do evento final da II CNIJMA são compostas em sua maioria por meninas (57,1%), seguindo a mesma tendência das Conferências de meio ambiente nas escolas, cuja maior parte (66%) elegeu meninas como delegadas, apesar do número maior de meninos matriculados no Ensino Fundamental (Censo Escolar 2005).

“Este dado demonstra não só o interesse das meninas pelas questões ambientais, mas também o seu papel de destaque na representação política, tradicionalmente mais concentrada no universo masculino”, diz o documento de análise da pesquisa.

A diversidade étnico-racial também foi uma característica marcante das delegações, com equilíbrio na participação de brancos e pardos.

Como esperado, as(os) delegadas(os) (91.2%) são interessadas em assuntos ligados à temática ambiental. Isto se reflete no interesse em participar de um projeto ou curso na escola sobre meio ambiente (98,8%) e, em menor escala, na busca de informações sobre meio ambiente em sites sobre a temática (56%). Do total de estudantes de escolas particulares com acesso à internet, 73% acessam sites sobre meio ambiente.

De maneira proporcional ao interesse, os(as) delegados(as) realizam ações para cuidar do meio ambiente (88,20 %), porém encontram dificuldades para “convencer” outras pessoas (56,30%), sendo que na região Centro –Oeste este percentual chega a 69,7%.

Boa parte dessas ações é realizada nas comunidades onde residem (63,4%). Na região Sul, 83,4% das(os) delegadas(os) participam de ações em suas comunidades. Em relação ao gênero, os meninos têm maior atuação em suas comunidades do que as meninas (69,6%), fato contraditório à representação feminina na II CNIJMA. Outro dado relevante é que 78,8% dos estudantes que residem no campo também afirmam participar de ações em suas comunidades.

Opinião sobre o uso e proteção do meio ambiente

A visão integrada das(os) delegadas(os) se reflete no seu entendimento de uso dos recursos naturais. A maioria opta pela preservação, porém demonstra preocupação com as pessoas que dependem do meio ambiente para garantir sua sobrevivência. Também acreditam que é possível haver desenvolvimento sem agressão ao meio ambiente (91,6%), assim como os adultos brasileiros, que segundo o ISER/MMA, 2001, acham que é possível desenvolver a economia sem destruir o meio ambiente.

Para conhecer os resultados completos da pesquisa, clique aqui.