Danielle Jordan / AmbienteBrasil
Estudos realizados por pesquisadores do estado do Rio de Janeiro há nove anos decifraram o genoma da bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus, responsável pela fixação do hidrogênio na produção da cana-de-açúcar.
De acordo com o professor do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Cavalcanti Gomes Ferreira, a utilização da bactéria pode ter um impacto significativo, representando uma economia de US$ 100 milhões na produção brasileira de cana, por ano.
Outra vantagem apontada pelo pesquisador é a substituição do adubo químico. O mapeamento do genoma tem como objetivo final a aplicação da bactéria na produção agrícola.
“A planta tem capacidade de absorver parte do que se coloca no solo; se eu colocar nitrogênio e chover muito, não dá tempo de as plantas absorverem e ele pode parar nos rios e mares. Ele é extremamente tóxico e ainda poder ser transformado em gases por bactérias presentes no solo, aumentando significativamente o aquecimento (global)”, explicou Ferreira.
A pesquisa foi finalizada há três anos, mas a conclusão das análises levaram mais tempo. “Quando se publica o genoma, o importante é disponibilizar uma informação difícil de conseguir e que agora pode gerar novas hipóteses”, destaca o coordenador.
A longo prazo a intenção é que outras plantas possam ser produzidas nesses moldes, como o milho e o arroz.
*Com informações da UFRJ.