A visão de prioridade na segurança energética e de que as novas fontes de energia devem priorizar também a qualidade e necessidades de aumento da produção do sistema foi a ênfase de todos os debatedores durante o 3º debate do Paraná frente a situação energética nacional.
Para Celso Ribeiro Barbosa de Novais representante da ITAIPU Binacional, sua avaliação histórica mostra que nos últimos anos o Brasil diversificou sua matriz energética, diminuindo a produção de hidroelétricas com uso de outras fontes como eólica e solar, o que vem sendo estimulado, mas que em um país com recursos hidráulicos ainda imensos e não explorados pode ser considerado um erro. Tal visão também foi compartilhada por Robson Luiz Schiefler e Silva da COPEL, e ambos mostraram o processo do uso de veículos elétricos que devem compor o sistema não só como consumidores mas também para manter as unidades consumidoras em seus horários de picos, em um sistema de smart grid, e desta forma diminuir a pressão e desequilíbrio que todo o sistema sofre, em especial no Brasil entre as 18:00 e 21:00 horas.
A COPEL, melhor empresa de energia da América apresentou sua presença em vários estados brasileiros, e a atual política de centralizar investimentos no Paraná, consolidando tanto seu parque de geração, como estruturando e dando segurança na sua rede de transmissão e distribuição. A ênfase de novo investimentos no Estado do Paraná diminui a preocupação com o sistema de distribuição, que apresentam instabilidades atuais, mas que devem ser priorizados no plano de manutenção e novas expansões da empresa.
Hélio Bampi da FIEP neste tópico alertou para a situação crítica de várias indústrias que possuem atualmente grave problemas de flutuações no seu suprimento, gerando instabilidade e riscos na sua linha de produção, e com o aumento de demanda com o crescimento da economia tal situação vem a se agravar.
O custo da energia no Brasil, foi a ênfase de Claudio Sales do Instituto Acende Brasil, que com R$ 504,00 o Mwh é o maior do mundo, enquanto o Paraguai ao nosso lado é um dos menores com R$ 135,00 o Mwh, levando as indústrias se deslocarem para este país e não se justificando em função da nossa matriz energética valor tão elevado.
Tanto Hélio Bampi como Claudio Sales colocam a carga tributária como a vilã do sistema, e sua desestabilização pela desastrosa decisão da ex-presidente Dilma em 2013 reduzindo tarifas e alterando marcos regulatórios que agora custam elevações de custos e entre outros fatores. A carga de tributos representam 25,5%$ do custo da energia no Brasil, que se soma a mais 20,8% de encargos setoriais, enquanto o custo de distribuição é de 13,3%, custo da energia 37,6% e o de transmissão 3,1%.
Em novas fontes o Presidente da SANEPAR Mounir Chaowiche , mostrou o crescimento da empresa na qualidade e cobertura de saneamento e sua entrada em novas atividades como resíduos sólidos e produção de BIOGÁS, tanto para consumo próprio como para produção de energia elétrica e atendimento a demanda própria e local. A SANEPAR é uma das maiores consumidoras de energias elétrica do Paraná, investindo na melhoria de seu sistema e modernização de equipamentos como bombas e outros pontos de alto consumo.