Histórico
Os parques urbanos, tiveram sua origem em meados do século XVIII, inicialmente pensados em ambientes de contemplação, com ligações filosóficas, religiosas e até políticas.
Independente da utilização do espaço, a essência do objetivo daquele ambiente esteve historicamente atrelado a um local de alta beleza cênica, em especial após a Revolução Industrial, que deu o impulso para a formação de densos aglomerados urbanos e forte industrialização dos países, apontando para a necessidade de um local de incentivo a atividades físicas e socialização.
Exemplos
Os também conhecidos como “pulmões verdes” das cidades, possuem inúmeros benefícios não apenas na qualidade de vida da população próxima, como também do estímulo e atratividade do ambiente para os animais nativos daquela região.
A título de exemplo, vale citar o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fundado em 13 de junho de 1808, criado como decisão do então príncipe regente português D. João para instalar uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de espécies vegetais de várias partes do mundo.
Atualmente, o local possui área total de cerca de 137 hectares (equivalente a aproximadamente 137 campos de futebol) sendo utilizado para atividades de lazer, de educação ambiental e pesquisas científicas, tendo espécies símbolos da mata atlântica em seu interior como o macaco prego e o tucano-de-bico-preto.
Os parques também possuem seu espaço no ecoturismo nas cidades, podendo citar por exemplo o Parque Ibirapuera, em São Paulo, que em 2017 recebeu o título de parque mais visitado da América Latina, com aproximadamente 14 milhões de visitas, além de ser conhecido como um dos locais mais fotografados no mundo.
O Parque, inaugurado em 1954 e com cerca de 158 hectares, possui acesso gratuito para visitação e tem em suas instalações área para práticas esportivas, de lazer, atividades culturais e ambientes para contemplação cênica.
Obstáculos
Apesar de existirem inúmeros parques de alta importância cultural, conservacionista e social nas cidades brasileiras, o Brasil ainda tem atuação tímida neste sentido; seja por obstáculos na implantação de espaços verdes, seja por questões sociais mais integradas com a rotina das cidades. Neste último item destaca-se pesquisa realizada pelo Instituto Semeia, que constatou que 43% dos entrevistados de regiões metropolitanas como Porto Alegre, Salvador, Manaus, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, não visita os parques urbanos das cidades onde moram devido a falta de segurança, instalações precárias e má iluminação noturna.
Soluções
Apesar disto, existem iniciativas em curso para tornar ambientes de menor porte, como praças e parquinhos, mais recorrentes e integrados com as grandes cidades, como é exemplo o Projeto Praças, que uniu a solução colaborativa entre cidadãos, órgãos públicos e iniciativa privada para recuperar praças abandonadas nas cidades.
A partir de aspecto socioambiental, existe o projeto comunitário Ecos da Praça, com foco em reeducação social, integrando educação, cultura e ecologia, para apoiar famílias em situação de risco social com capacitações para realocação no mercado de trabalho.
Além disso, vale citar também atuações para integrar fragmentos florestais nas cidades, como é o caso da Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, que cria corredores de vegetação (corredores ecológicos) e promovem práticas conservacionistas, aliados a inserção de trilhas, para incentivar a prática de atividades físicas e aumentar a área de circulação de animais selvagens, melhorando o desenvolvimento da flora local.
Maria Beatriz Ayello Leite
Redação Ambientebrasil