Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.
Só a ponta do iceberg: seria a nossa destruição da natureza a culpada pelo coronavírus?
Apenas uma década ou pouco mais atrás, os cientistas pensavam que as florestas tropicais e os ambientes naturais intactos cheios de vida selvagem exótica eram uma grande ameaça para os seres humanos por abrigarem vírus e patógenos que levam a novas doenças, como ebola, HIV e dengue. Agora, esse pensamento está começando a mudar de paradigma: será que não é a destruição humana da biodiversidade que cria as condições para novos vírus e doenças, como o coronavírus (COVID-19)?
“Invadimos florestas tropicais e outras paisagens selvagens, que abrigam tantas espécies de animais e plantas – e dentro dessas criaturas, tantos vírus desconhecidos. Cortamos as árvores; matamos os animais ou os engaiolamos e os enviamos aos mercados. Rompemos os ecossistemas e liberamos os vírus de seus hospedeiros naturais. Quando isso acontece, eles precisam de um novo anfitrião. Muitas vezes, somos nós”, disse David Quammen, autor do livro “Spillover: Animal Infections and the Next Human Pandemic” (em tradução livre, “Propagação: Infecções Animais e a Próxima Pandemia Humana”), ao New York Times.
Em outras palavras, nós estamos criando as condições perfeitas para o espalhamento de doenças ao reduzir barreiras naturais entre animais que hospedam vírus e nós mesmos. “Os patógenos não respeitam os limites das espécies. Não estou surpreso com o surto de coronavírus. A maioria dos patógenos ainda não foi descoberta. Estamos na ponta do iceberg” destacou o professor da Universidade de Emory (EUA).
Levando em conta a globalização exponencial e a manutenção das atividades econômicas, precisamos mudar nossa relação com o meio ambiente, alterando as demandas por recursos naturais e pensando na biossegurança global – reforçando os cuidados de saúde e estruturando planos de mitigação e prevenção.
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Árvores têm potencial para serem geradoras de eletricidade para nossas cidades
E se árvores pudessem gerar eletricidade? Nós poderíamos criar novas alternativas aos combustíveis fósseis, as usinas hidrelétricas ou nucleares. Este sonho que mais parece utopia tem condições técnicas de se tornar realidade, mas a discussão é: “só porque podemos fazer, devemos fazer?”
Pesquisadores da China, Itália e Japão têm trabalhado nessas árvores especiais a partir de experimentos que envolvem o efeito triboelétrico na folhagem das plantas. O fenômeno acontece quando certos materiais são atritados e depois são separados, gerando eletricidade.
A eletricidade coletada das folhas seria conduzida pelo tronco da árvore até uma estrutura subterrânea que contém uma bateria que pode armazenar até 103 kH/h de eletricidade. O resultado final deste trabalho provavelmente só será visto daqui e algumas décadas, já que é necessário esperar pelo ciclo de crescimento de árvores, e Olmos levam 40 anos para chegar à fase madura.
Filmagens raras mostram uma cachalote-anão soltando uma tinta para fugir do ataque de uma foca
As cachalotes-anãs são animais tímidos que passam pouquíssimo tempo na superfície, normalmente habitam águas profundas, além de nunca se aproximarem de barcos. Como resultado, os cientistas conhecem muito pouco sobre elas.
Mas em uma filmagem muito rara feita na Cidade do Cabo, na África do Sul, uma cachalote-anão, aparece soltando uma tinta para fugir do ataque de uma foca. Se cachalotes-anãs se sentem ameaçadas, podem liberar mais de 11 litros de um líquido marrom escuro a partir de seu intestino.
7 doenças que humanos, gatos e cachorros têm em comum
Você já deve ter ouvido falar nas zoonoses, doenças que podem ser transmitidas dos animais de estimação (e outros bichos) para humanos, como a toxoplasmose — infecção causada por um protozoário encontrado nas fezes de gatos. Mas sabia que os pets também podem ter doenças “de humanos”, sem um necessariamente transmitir para o outro? Entre elas estão o câncer, diabetes, aids e leucemia felina, epilepsia, cataratas e glaucoma.
Peças de Lego podem durar até 1300 anos no oceano, diz estudo
Uma pecinha de Lego pode sobreviver no oceano por até 1300 anos, segundo uma nova pesquisa publicada no Environmental Pollution. O estudo, liderado pela Universidade de Plymouth, no Reino Unido, examinou a resistência do brinquedo com base em sua composição química e massa.
Para realizar o trabalho, 50 peças de Lego encontradas em uma praia da Inglaterra e que estavam desgastadas pelo tempo foram lavadas e pesadas. O brinquedo, originalmente feito de acrilonitrila butadieno estireno (ABS), foi testado quimicamente para que os especialistas pudessem determinar a idade das pecinhas. Após os testes, os cientistas constataram que o Lego encontrado foi fabricado em algum momento entre as décadas de 1970 e 1980.
Grande Barreira de Corais enfrenta maior branqueamento da história
As temperaturas costumam ficar entre 0,5 e 1,5 ° C, mas o termômetro já chegou a bater os 3 ° C neste ano. O branqueamento é um fenômeno em que se observa a expulsão ou a destruição do pigmento de algas que vivem em simbiose com o coral. Ele acontece quando as temperaturas estão muito altas, mas o real dano nós só saberemos em algumas semanas.
As condições climáticas das próximas semanas determinarão o real estrago do maior branqueamento já visto. Nos últimos anos, diversos eventos de branqueamento de corais atingiram a área de mais de 345 mil quilômetros quadrados. Mas ao que parece, a preocupação deste ano é ainda maior: “Certamente é um evento de branqueamento de ponta a ponta com os bits mais severos em cada extremidade – e não parece bom para o extremo sul”, diz William Skirving, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).