Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.
ONU: coronavírus nos mostra como nossa saúde está vinculada à natureza
Marcando o Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lembrou que as soluções nessa temática estão na própria natureza.
Segundo Guterres, que gravou uma mensagem em vídeo para a data, a preservação e a gestão sustentável da biodiversidade são necessárias para mitigar as perturbações climáticas, garantir a segurança alimentar e de água e até mesmo prevenir pandemias.
Ele lembrou ainda que, no momento em muitos países se recuperam da crise atual, é preciso cooperação internacional para preservar a biodiversidade e, assim, alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “É assim que protegeremos a saúde e o bem-estar das próximas gerações”, concluiu Guterres na mensagem.
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Empresa desenvolve material semelhante a plástico produzido a partir de plantas
Um projeto pioneiro quer trocar a produção de plástico a partir de derivados de combustíveis fósseis por plantas. O plano idealizado pela companhia de produtos químicos renováveis Avantium tem o apoio de empresas como Coca-Cola, Carlsberg e Danone.
A iniciativa ganha relevância diante do fato de que são produzidas 300 milhões de toneladas de plástico por ano no mundo e o descarte desse material contribui para a crise climática e poluição dos oceanos.
O novo material semelhante a plástico é feito a partir de açucares de milho, trigo e beterraba. Os testes mostram que o produto pode se decompor por completo em um ano em composteira e em alguns anos se deixados em condições externas naturais. Mas o ideal é que seja reciclado. Do ponto de vista da sustentabilidade, esse plástico não usa combustíveis fósseis e, além de poder ser reciclado, degrada bem mais rápido na natureza do que o usado hoje em dia.
Brasileiros identificam 13 regiões distintas da flora amazônica
A floresta amazônica contém 13 regiões diferentes, cada qual com espécies de plantas particulares. É o que diz um novo estudo desenvolvido com mais de 5.000 espécies de árvores e de arbustos publicado na revista britânica Journal of Ecology. No trabalho, realizado por dois biólogos do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Karla Juliete Silva-Souza e Alexandre Souza, as regiões distintas foram chamadas de sub-regiões florísticas.
Algumas das sub-regiões são grandes e dividem a Amazônia entre áreas a leste, a oeste e a norte (no planalto das Guianas). Outras regiões são pequenas e periféricas, contendo espécies de vegetações vizinhas como o cerrado, que se agregam pelas bordas na Amazônia.
O estudo constitui a primeira divisão espacial da flora amazônica feita com base em dados de composição de espécies. “A delimitação e mapeamento de sub-regiões de espécies animais ou vegetais é muito importante para planejamentos de conservação da biodiversidade de uma região, pois permite aumentar o número de espécies protegidas. Isso acontece porque passa a ser possível a distribuição de áreas de proteção nas diversas sub-regiões identificadas”, explica Karla Souza.
Estudo relaciona risco de malária em áreas de desmatamento à demanda por commodities agrícolas
Estudo publicado na Nature Communications conecta pela primeira vez a demanda de certos países desenvolvidos por commodities agrícolas ao aumento do risco de malária em países fornecedores desses produtos.
O trabalho, conduzido por cientistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e colegas da Universidade de Sidney (Austrália), estima que cerca de 20% do risco de malária em hotspots de desmatamento é impulsionado pelo comércio internacional de itens como madeira, produtos madeireiros, tabaco, cacau, café e algodão.
A pesquisa abrange o período de 2000 a 2015 e foi desenvolvida no âmbito do projeto “Genômica de paisagens em gradientes latitudinais e ecologia de Anopheles darlingi”, apoiado pela FAPESP.
Cientistas alertaram sobre calor extremo daqui a 50 anos, mas há locais onde isso já é realidade
Pesquisadores de mudanças climáticas alertam há algum tempo que a Terra testemunhará temperaturas que tornarão regiões “quase inabitáveis” até 2070. Mas um novo estudo, publicado na revista Science Advances, descobriu que esses extremos já estão ocorrendo.
Condições perigosas que combinam calor e umidade estão surgindo em todo o mundo e, embora esses eventos durem apenas algumas horas, estão aumentando em frequência e intensidade, afirmam os autores.
Eles analisaram dados de 7.877 estações meteorológicas coletados entre 1980 e 2019. Os resultados mostraram que a frequência das ocorrências de temperaturas extremas combinadas com umidade dobrou em algumas regiões subtropicais costeiras durante o período do estudo.