Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.
Micro turbina hidráulica gera energia limpa na Espanha
O sol, o vento e a água são fontes de energia limpa que podem ser aproveitadas em grandes usinas ou em residências e pequenas propriedades. Para fins residenciais, a energia fotovoltaica tem destaque, mas outras fontes de energia limpa podem ser aproveitadas por meio de mini turbinas eólicas e micro hidroelétricas.
Na Espanha, a empresa AZ Renováveis, criou o primeiro gerador micro hidráulico, batizado de Hidrotor, desenhado no Principado das Astúrias. Apesar de ser uma grande novidade na região, a ideia de micro usinas hidroelétricas já existe e vem sendo usada.
O fluxo de água coloca uma estrutura em movimento e este movimento é usado para gerar energia elétrica. A turbina é capaz de produzir energia 24 horas por dia, 7 dias por semana. De acordo com as características do local onde a micro usina é instalada, o equipamento pode gerar de 25W a 200W e o sistema permite que esta energia seja compartilhada por 25 locais simultaneamente.
Por que até hoje a humanidade não ‘solucionou’ as pragas de gafanhotos
Uma espécie de gafanhoto é considerada praga quando passa a disputar espaços e recursos, causar prejuízos financeiros e ameaçar a segurança alimentar de populações humanas, além de atender outros critérios (tamanho, duração do surto etc.).
Uma conjunção de fatores climáticos, como níveis de temperatura, umidade do ar, chuvas e ventos favoráveis à sua reprodução, pode estar por trás do fenômeno. Há também influência do uso excessivo de agrotóxicos e da prática de monocultura, que podem eliminar predadores naturais como aves e sapos e ampliar a quantidade de alimento disponível.
O combate ao gafanhoto enquanto praga é bastante complexo, e a FAO (braço da Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura ) aponta alguns motivos:
- o fato de os insetos ocuparem áreas enormes e de difícil acesso (a maioria dos satélites não consegue detectá-los);
- as mudanças climáticas imprevisíveis que influenciam explosão populacional dos insetos;
- falta de recursos para monitorar e controlar populações de gafanhoto em países vulneráveis, e assim “prever” surtos;
- escassez de profissionais treinados em monitoramento e combate
- coordenação falha entre os países atingidos;
- dificuldade de aplicar pesticidas diretamente nos gafanhotos em razão do tamanho das nuvens e da capacidade de voo (até 150 km por dia).
Alemanha, Espanha e Japão anunciam fechamento de usinas de carvão
Esta semana, Alemanha, Espanha e Japão, três das maiores economias do mundo, anunciaram medidas para a desativação de suas usinas de carvão. Esse movimento é impulsionado tanto pelo Acordo de Paris, que determina que cada país reduza suas emissões nacionais de gases causadores do efeito estufa, como para preservar a saúde das comunidades onde essas plantas estão instaladas.
Caso raro entre as maiores economias do mundo, a matriz elétrica do Brasil é predominantemente renovável — 63,2% hidrelétrica, 9,1% eólica e 1,7 solar. Completam a geração de energia as usinas nucleares (1,2%) e as termelétricas (24,9%), sendo que destas, 12% são movidas a carvão.
Volume de resíduos eletrônicos aumenta mais de 21% em 5 anos no mundo
Em 2019, apenas 17,4% dos resíduos eletrônicos foram coletados e reciclados no mundo. Isso significa que ouro, prata, cobre, platina e outros materiais recuperáveis de alto valor, avaliados em 57 bilhões de dólares foram principalmente descartados ou queimados, em vez de coletados para tratamento e reutilização.
Desde 2014, o número de países que adotaram uma política, legislação ou regulamentação nacional de resíduos eletrônicos aumentou de 61 para 78. Embora seja uma tendência positiva, isso está longe da meta estabelecida pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) de aumentar para 50% o percentual de países com uma legislação sobre resíduos eletrônicos.
Além disso, um recorde de 53,6 milhões de toneladas métricas (Mt) de resíduos eletrônicos foi gerado em todo o mundo em 2019, o que representa um aumento de 21% em apenas cinco anos, de acordo com o Global E-waste Monitor 2020 das Nações Unidas, divulgado na semana passada.
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A Terra não suporta a quantidade de nitrogênio emitido pela pecuária
A quantidade de nitrogênio emitida pela criação de animais para abate é superior ao que o planeta pode aguentar. Cientistas alertam que é necessário diminuir o consumo de carne e laticínios.
As principais fontes de nitrogênio liberadas no ambiente vêm de fertilizantes utilizados na agricultura e dos animais de abate. O pesquisador Aimable Uwizeye e sua equipe descobriram que esses animais são responsáveis por 33% da emissão de nitrogênio causada por humanos.
As emissões pela pecuária totalizam cerca de 65 milhões de toneladas de nitrogênio por ano. Isso significa que apenas a produção de carne e laticínios ultrapassa o limite de 62 milhões de toneladas por ano. Emissões acima de 82 milhões de toneladas anuais, considerado o “limite global” para as emissões de nitrogênio, colocam em risco a humanidade, já que o óxido nitroso (N2O) tem efeito estufa 300 vezes mais potente que o CO2 e também destrói a camada de ozônio.
Algumas árvores praticam “distanciamento social” para evitar doenças
Em um dia quente de março de 1982, o biólogo Francis “Jack” Putz resolveu descansar sob um bosque de siriúbas para fugir do calor da tarde. Sonolento, após o almoço e horas de pesquisa de campo no Parque Nacional Guanacaste, na Costa Rica, Putz decidiu se deitar para uma breve soneca. Ao olhar para o alto, o vento agitou as copas das siriúbas sobre ele, fazendo com que os ramos das árvores vizinhas roçassem e arrancassem partes de suas folhas e galhos mais expostos. Putz notou que essa poda recíproca havia deixado brechas de espaço vazio por todo dossel – esse fato foi chamado de “timidez entre árvores“.
Hoje, cada vez mais estudos confirmam estas observações iniciais. O vento, ao que parece, desempenha um papel crucial ao ajudar muitas árvores a manter distância. Os limites esculpidos pelos galhos batendo podem aumentar o acesso das plantas a recursos como a luz. Os espaços entre as copas das árvores podem até impedir a propagação de insetos que mastigam folhas, trepadeiras parasitas ou fitopatologias.