Resumo da Semana: 30 a 05 de Agosto de 2020

Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.

Acidez de oceanos enfraquece “cola” que sustenta corais do mundo todo

A “cola” que mantém os corais unidos nas regiões tropicais está se tornando mais fraca e fina, segundo geocientistas da Universidade de Sydney, na Austrália. Em um estudo, publicado na edição de novembro da Marine Geology, os pesquisadores explicam que o fenômeno é resultado da acidificação dos oceanos resultante do aumento do dióxido de carbono na água.

Essa “cola” é composta por depósitos calcificados de micróbios que vivem em formações de recife em todo o mundo. Conhecidas como microbialitas, essas estruturas desempenham um papel importante em muitos tipos de sistemas aquáticos, incluindo a Grande Barreira de Corais australiana.

Isso porque, como explicam os cientistas, as crostas de microbialita são formadas de bactérias redutoras de sulfato que estabilizam e ligam a estrutura do recife, formando uma espécie de “andaime” que serve de apoio para os corais. No passado, embora variassem ao longo do tempo, essas estruturas eram mais abundantes do que são hoje — e por isso os cientistas resolveram estudar o fenômeno.

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Pesquisadores desenvolvem inseticida orgânico à base de óleo essencial da pimenta-de-macaco

Pesquisadores da Embrapa descobriram que a planta pimenta-de-macaco, típica da região Amazônia, pode ajudar produtores a evitar pragas em plantações.

Depois que a pimenta-de-macaco é colhida, as folhas passam pelo processo de secagem para a retirada da água e depois seguem para destilação. O resultado é óleo natural com propriedades botânicas. O pesquisador fala que o óleo essencial age eliminando a capacidade da lagarta de se desintoxicar.

O estudo detectou que o inseticida natural elimina em mais de 80% o ataque da broca do abacaxi, praga que pode acabar com uma safra inteira, segundo os pesquisadores. Entre as vantagens de usar o produto orgânico, estão a redução de contaminação e a poluição do meio ambiente.

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As piores previsões da mudança climática estão se concretizando, alertam cientistas

As camadas congeladas da Antartica e Groelândia, que poderiam elevar o oceano mais 65 metros caso derretessem completamente, acompanham os piores cenários previstos pela ONU da elevação do nível do mar, afirmaram cientistas, alertando sobre as falhas nos atuais modelos do aquecimento global.

O artigo científico publicado na revista Nature Climate Change informa que o derretimento acompanhou as piores previsões — de derretimento mais extremo das duas camadas de gelo — entre 2007 e 2017 o que levará ao aumento de 40 centímetros no nível do mar até 2100.

A perda de gelo constatada reflete aproximadamente três vezes as previsões médias do maior relatório recente do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) de 2014.

De acordo com os cientistas, o próximo grande relatório do IPCC, que deve ser publicado em 2021, está sendo elaborado através de modelos que refletirão melhor o comportamento da atmosfera, mantos de gelo e mares; levando a previsões mais precisas.

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O leite de vaca feito sem vacas

Em uma medida que pode melhorar as credenciais verdes da indústria de laticínios, um pequeno laboratório, chamado TurtleTree Labs, está produzindo leite real a partir de células sem precisar pisar em uma fazenda.

O objetivo da empresa é desenvolver novas tecnologias que possam nos fornecer os mesmos produtos dos quais gostamos tanto — leite, queijo, creme e manteiga — mas que sejam menos poluentes.

Eles criaram o leite cru usando células de mamíferos, cultivando essas células no laboratório e estimulando-as a produzir leite em biorreatores gigantes. As células grudam em canudos minúsculos, o fluido é então puxado pelos canudos e o leite sai pela outra extremidade.

Este artigo faz parte do Follow the Food, uma série que investiga como a agricultura está respondendo aos desafios ambientais.

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Manejo florestal torna ipê mais raro em região da Amazônia

Mesmo empregando técnicas de impacto reduzido, o manejo de florestas tropicais para extração de madeira no Brasil pode estar impactando a quantidade de algumas espécies de árvores. Algumas se tornam mais raras, como é o caso do ipê (Handroanthus spp.), que tem alto valor comercial. Outras ficam mais abundantes, como algumas espécies popularmente conhecidas como embaúba (Cecropia spp.), comuns de áreas degradadas.

O resultado faz parte de um trabalho de campo realizado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, no município de Paragominas, no Pará, durante duas décadas. O manejo consiste em extrair comercialmente produtos da floresta com o mínimo de alteração em sua estrutura, para que posteriormente ela consiga se recuperar.

O estudo é importante para entender o manejo de florestas tropicais com vistas a minimizar os impactos ambientais provocados por essa atividade comercial, explica a bióloga Rafaela Naves, uma das pesquisadoras que trabalha na análise dos dados dessa pesquisa. Desde a década de 1990, o Brasil vem adotando práticas de exploração de impacto reduzido para manejo de florestas. A legislação brasileira define critérios e parâmetros técnicos para a exploração da floresta e o descumprimento dessa lei é passível de punição, informa a bióloga ao “Jornal da USP”.

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Considerado extinto na natureza, cão cantor da Nova Guiné é encontrado na Indonésia

Pesquisadores descobriram que o cão cantor da Nova Guiné não está extinto e ainda vive na natureza, afirma estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

Até a descoberta desta semana, o último registro do mamífero em seu habitat natural datava da década de 1970. Estima-se que de 200 a 300 exemplares da espécie vivam em cativeiro.

Conhecidos por um uivo característico que justifica seu nome, o cão cantor costuma viver nas áreas mais altas da ilha dividida pela Indonésia e pela Papua-Nova Guiné.

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Quantos crocodilos cabem em uma foto?

A imagem foi feita pelo fotógrafo Dhritiman Mukherjee no Santuário Nacional de Chambal, na Índia, e é um dos destaques da Wildlife Photographer of the Year (WPY), uma das principais premiações de fotografias de vida selvagem do mundo.

A espécie que protagoniza a cena, o crocodilo gavial (Gavialis gangeticus), conhecido por ter a boca longa e fina, está criticamente ameaçada.

Acredita-se que a população de quase 20 mil animais que habitava o sul da Ásia hoje se restringe a menos de mil — e três quartos deles estão concentrados no santuário indiano localizado no Estado de Uttar Pradesh, no norte do país.

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