O Brasil encontrou uma forma de efetivar o desenvolvimento limpo antes mesmo de o Protocolo de Kyoto ser validado em nível global. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (9) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, na abertura do seminário: Mudanças Climáticas: Desafios e Oportunidades, promovido pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
O ministro citou dois projetos aprovados pela Casa, um no Lixão de Salvador (BA), e outro em Nova Iguaçu (RJ), que, segundo ele, “inauguraram a utilização desse mecanismo que poderá atrair muitos recursos para investimentos em projetos de forte relação com a questão ambiental e que poderão gerar emprego e cidadania”.
De acordo com Eduardo Campos, o Brasil é líder nessa matéria, tendo ajudado a definir mecanismos de desenvolvimento limpo e acompanhado todo o processo de discussão de Kyoto. “Temos torcido para que esse mecanismo seja aprovado por outros países e, em particular, pela Rússia, que dá sinais de que poderá vir a assinar o Protocolo de Kyoto. Campos ressaltou que a União Européia vem estabelecendo mecanismos que podem abrir um grande mercado para crédito de carbono. Por outro lado, embora sejam considerados os maiores emissores de gases poluentes que afetam a camada de ozônio, os Estados Unidos recusaram-se a assinar esse protocolo.
O ministro da Ciência e Tecnologia explicou que os créditos de carbono são utilizados por países que precisam fazer redução da emissão de gases poluentes e recebem cotas que são transferidas para seu parque industrial. Dessa forma, os países têm melhores condições para reduzir a emissão desses gases, sendo uma grande fonte de financiamento para projetos estruturadores. (Abr)