O pesquisador Philip M. Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), instituto do Ministério da Ciência e Tecnologia, será o palestrante da próxima edição do Seminário da Amazônia, que será realizado nesta terça-feira (29), no mini-auditório da Biblioteca do INPA.
Em sua palestra, intitulada As hidrelétricas não produzem energia limpa: barragens amazônicas como fontes de gases de efeito estufa, ele apresentará dados que mostram que as barragens hidrelétricas na Amazônia emitem seis vezes mais gases de efeito estufa como emissões recorrentes totais (i.e., emissões de inventário para o Protocolo de Kyoto).
Emissões recorrentes totais em 1990 (o ano de referência mundial para os inventários nacionais sob a Convenção de Clima) somaram oito milhões de toneladas de carbono equivalente a CO2, se calculado usando o potencial de aquecimento global para metano adotado pelo Protocolo de Kyoto. Isto é aproximadamente igual ao combustível fóssil usado pela cidade de São Paulo. O impacto é dominado por Tucuruí (75% do total), seguido por Balbina (18%), Samuel (5%) e Curuá-Una (2%). Em 1990, o impacto líquido de todas as quatro hidrelétricas “grandes” ( maior que 10 Mw) na Amazônia eram pelo menos o dobro do impacto de gerar a mesma energia com petróleo. Juntas, essas barragens emitiram quatro vezes mais que o combustível fóssil que elas substituíram.Informações pelo telefone: (92) 613-1822. (MCT)
