Repar vai investir US$ 1 bilhão em gasolina menos poluente

A Repar – Refinaria Presidente Vargas, da Petrobrás, planeja investir nos próximos cinco anos na unidade de Araucária aproximadamente US$ 1 bilhão em projetos para diminuir o teor de poluentes na gasolina. As obras, que estão em fase de planejamento e licenças ambientais, começam em 2006.

O novo programa de investimento dá seqüência ao trabalho feito nos últimos três anos e que culminou com a inauguração, há 15 dias, da Unidade de Hidrodessulfurização (Uhds), uma obra de US$ 150 milhões, que gerou 15 mil empregos diretos e indiretos em três anos. O investimento foi feito para reduzir o teor de enxofre presente no óleo diesel. Na verdade, a Repar se antecipou à portaria 310, da ANP – Agência Nacional do Petróleo e Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente. A partir de 2006, o diesel utilizado por veículos pesados deve liberar níveis menores de enxofre.

O óleo diesel é o combustível utilizado no transporte de riquezas e pessoas. Move caminhões que cruzam o país carregando mercadorias e ônibus que servem ao transporte coletivo. Como qualquer combustível, o diesel emite poluentes quando queimado – entre eles o enxofre.

A Repar produz duas modalidades de diesel: metropolitano e interior. O combustível, que responde por 48% da produção da refinaria,abastece o Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. O diesel metropolitano, como o próprio nome diz, é comercializado em postos nas capitais e regiões metropolitanas, que têm frotas com milhares de veículos. O interior é vendido nas regiões distantes das capitais, com circulação mais dispersa de ônibus e caminhões.A produção mensal de diesel na Repar é de 450 mil metros cúbicos por mês, mas pode variar de acordo com a origem do petróleo

Os limites atuais de enxofre no diesel são de 0,20% para o metropolitano e 0,35% para o interior. Com a inauguração da unidade de hidrodessulfurização, os índices de concentração de enxofre serão reduzidos em quatro vezes, diminuindo para 0,05% no metropolitano e 0,20% no interior. “Quem ganha é o meio ambiente e a população”, afirma o gerente de empreendimentos da Repar, Sérgio Nicco Czelusniak.

A UHDS é um complexo de quatro unidades de processo e outras unidadesauxiliares. Czelusniak conta que o investimento de US$ 150 milhões foi totalmente absorvido pela Repar e não será repassado às distribuidoras. Ela informa que o litro do combustível vendido na refinaria custa R$ 1,27 (metropolitano) e R$ 1,25 (interior). “Este valor inclui todos os impostos. A partir do momento em que o combustível sai da Repar, as distribuidoras e os postos agregam seus custos operacionais e margens de lucro”, lembra.

A unidade foi projetada pelo Centro de Pesquisas da Petrobrás. A construção foi realizada pelo consórcio formado entre a Inepar e as empresas Odebrecht e Ultratech Engenharia. Para a construção, foi necessário investir em qualificação e em convênios com instituições de ensino. Foram treinados 250 soldadores e encanadores industriais. Durante as obras não foi registrado nenhum acidente com afastamento. (Gazeta do Povo/PR)