A população de Curitiba (PR) está impedida de acessar um rico acervo de publicações especializadas sobre meio ambiente. De portas fechadas há cerca de quatro meses, a biblioteca da Unilivre – Universidade Livre do Meio Ambiente está sem destino certo. O fechamento foi inesperado e surpreende estudantes e pesquisadores que vão até o local consultar o seu acervo. Não há avisos informando sobre a interrupção no atendimento na porta da biblioteca ou no site da instituição. Pelo telefone, a atendente informa que a biblioteca está fechada permanentemente e, no local, uma funcionária explica que a situação está assim há quatro meses por “falta de bibliotecário.”
A acadêmica de turismo Adelita Becker conta que só não perdeu a viagem para tentar fazer uma pesquisa para a sua monografia, porque ligou antes para checar o horário de funcionamento da biblioteca. “Foi aí que me disseram que estava fechada, fiquei surpresa”, disse. Adelita conta que já utilizou o acervo do local, há dois anos, para fazer um trabalho sobre a própria instituição. “É muito bom o material que tem lá.”
Conhecida por reunir livros e publicações específicas sobre o meio ambiente e desenvolvimento urbano sustentável, a biblioteca da Unilivre foi fundada em 1992, ano em que foi inaugurada a nova sede da instituição, que funciona no Bosque Zaninelli, no Pilarzinho. A instituição foi declarada de utilidade pública por lei municipal, em 1993, e por lei estadual, em 1996. Em dezembro de 2000 foi transformada em Oscip – Organização de Sociedade Civil de Interesse Público.
Segundo o presidente da Unilivre, Hélio Gilberto Amaral, a decisão em fechar a biblioteca da instituição surgiu após a identificação de que os recursos empregados no seu funcionamento não compensavam a baixa freqüência ao local. “Gastar R$ 5 mil por mês para atender 50 pessoas é inviável. Precisamos aumentar a freqüência”, disse.
Transferência – Ainda de acordo com Amaral, está em negociação a incorporação ao acervo da biblioteca do Ippuc – Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba, em fase de remanejamento. O presidente acredita que o principal fator para o baixo fluxo de pessoas na biblioteca é a dificuldade de acesso ao bosque onde funciona a Unilivre, gerada pela falta de transporte coletivo. “Lá (no Ippuc) o acesso é bem melhor, mas ainda estamos em negociação.”
Caso não seja viabilizada a transferência do acervo da Unilivre à biblioteca do Ippuc, Amaral estuda solucionar o problema por meio de convênios com universidades. Enquanto isso, o acervo, composto por livros e estudos sobre o tema – que o presidente não soube quantificar – fica restrito à consulta dos funcionários da instituição. “As pessoas aqui dentro têm acesso, a questão é atender o público externo, conclui”. (Tatiana Duarte – Gazeta do Povo/PR)