Apoio ao pequeno produtor

O Departamento de Educação Ambiental (DEA) da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou o resultado da seleção de Boas Práticas de Educação Ambiental na Agricultura Familiar. Os 25 projetos selecionados farão parte de um livro que será lançado em novembro. A seleção integra o Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF) do MMA. A avaliação foi feita por uma comissão de técnicos e analistas ambientais que integram o Grupo de Trabalho do PEAAF. No prazo de dois meses, foram recebidos 57 projetos.

“A publicação é importante porque mostra as diferentes possibilidades de fazer educação ambiental com agricultores familiares”, destaca a coordenadora do PEAAF, Adriana Chaves. “Os projetos promovem um diálogo com o agricultor, para que ele perceba de forma crítica a realidade que ele vive e a forma com que ele se relaciona com o meio ambiente e com as suas atividades produtivas. As boas práticas são exemplos reais de como a reflexão pode acontecer”.

Alguns exemplos – O projeto Viva Ciranda, desenvolvido na Mata Atlântica, em Santa Catarina, trata de turismo pedagógico em propriedades rurais. Teve início em 2010, por meio de uma parceria entre a Fundação Turística de Joinville, a Secretaria Municipal de Educação e a Associação de Turismo Eco-Rural de Joinville. Para receber estudantes da rede de ensino infantil e fundamental de toda a região, foram montadas estruturas de turismo pedagógico em seis propriedades rurais. O objetivo principal do projeto é a geração de trabalho e renda para agricultores familiares, que serão inseridos nos serviços turísticos, além das atividades de educação ambiental e cidadania para crianças e jovens.

Outra experiência selecionada para compor o livro de referência em educação ambiental na agricultura familiar é o projeto Conservação da Biodiversidade e Geração de Renda de Comunidades Extrativistas de Jaborandi, no bioma Caatinga, no Piauí. Assim como o projeto de Santa Catarina, este também concorreu na categoria Educação Ambiental para a Geração de Renda, Produção Sustentável ou no Uso de Tecnologias Sociais.

O Projeto de Valorização do Jaborandi começou em 2009 e tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental no âmbito local. “Com as práticas sustentáveis de exploração, aumentam as possibilidades de geração de renda a partir da atividade extrativista”, explica Michael Andersen, que atua no projeto. São beneficiados os municípios de Matias Olímpio, Campo Largo, Joca Marques, Nossa Senhora dos Remédios, São João do Arraial, Morro do Chapéu, Porto, Madeiros e Luzilândia, numa área total de quase 3 mil quilômetros quadrados. A organização da base produtiva, a formação de competências locais e a sustentabilidade do projeto resultaram na melhoria da geração de renda, no estímulo à participação e organização social, além do desenvolvimento da consciência ambiental dentro da atividade produtiva.

Já na região de Bonito, no Mato Grosso do Sul, o Projeto Frutificando, criado entre 2006 e 2007, no assentamento Santa Lúcia, tem como meta diminuir os impactos das atividades produtivas do assentamento sobre os recursos naturais da região. Para isso, o projeto ofereceu capacitação para os assentados, mostrando alternativas de baixo impacto ambiental, como sistemas agroflorestais e silvipastoris.

Como resultado, 90% dos produtores utilizam hoje novas técnicas de produção e vendem seus produtos, muitas vezes orgânicos, na Feira do Pequeno Produtor Rural de Bonito, e 50% deles comercializam doces típicos em lojas turísticas do município. Os produtos são artesanais, levam o selo “Pé da Serra”, e são produzidos na cozinha comunitária montada na sede do assentamento. Além disso, a associação do Santa Lúcia fornece 13 itens da merenda escolar das escolas e creches municipais de Bonito (MS). “O Frutificando promoveu o desenvolvimento local e o sentimento de pertencimento social em seus participantes, gerando benefícios em cadeia para toda a sociedade”, afirma a coordenadora Sinéia Mara Zattoni Milano.

No Acre, o projeto Mochila do Educador Ambiental forma agentes ambientais para atuarem como multiplicadores em escolas e comunidades rurais. Com um processo de sensibilização, conscientização e debate com os diversos atores sociais, são incentivadas práticas produtivas compatíveis com a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Já foram capacitados 214 educadores em dez municípios acreanos.

Conheça a lista dos 25 projetos selecionados: http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/formacao-de-educadores/item/8253 (Fonte: Letícia Verdi/MMA)