Passada a crise do corte de gás da Rússia para a Ucrânia, países da Europa discutem a necessidade de ter fontes alternativas de energia, como forma de reduzir sua dependência de Moscou.
A Rússia fornece 25% do gás consumido hoje pela Europa. Um novo gasoduto deve ser construído para transportar da Rússia direto para a Alemanha, sob o mar Báltico. Outro projeto visa a expandir um gasoduto que passa pela Turquia para levar gás à Itália.
Só que com a crise, até o tabu sobre produção de energia nuclear foi quebrado na Alemanha. Alguns políticos e empresas pedem a extensão da produção de energia nuclear, que deve ser suspensa em 2021. “O fornecimento de gás russo já foi confiável no passado”, disse esta semana o ministro da Economia, Michael Glos. “Mas nós precisamos repensar como podemos explorar a energia disponível na Alemanha para o longo prazo.” As usinas nucleares geram cerca de um terço da eletricidade no país.
A premiê conservadora alemã, Angela Merkel, rejeitou a demanda. De qualquer forma, ela agendou uma reunião com representantes do setor, e planeja realizar um encontro para discutir a política energética do país em fevereiro ou março próximo.
O fato é que a situação provocada pela Rússia ampliou as preocupações de consumidores e de indústrias com o preço da energia, que mais do que dobrou em cinco anos na Alemanha, a maior economia européia.
Antes da crise, governos europeus estimulavam a diversificação, incluindo gasoduto procedente da África do Norte. A busca agora vai se acelerar. “O suprimento de gás da Rússia continuará sendo a base na Europa, mas devemos tirar as lições do que aconteceu nos últimos dias”, reiterou Martin Barstenstein, ministro da Economia da Áustria, que tem atualmente a presidência rotativa da União Européia.
A Ucrânia é o principal corredor do gás russo para a Europa. Polônia, Hungria, Áustria, Alemanha, Itália e França registraram ruptura de até 35% no fornecimento no início do ano. (Valor Econômico/ CarbonoBrasil)