O projeto do gasoduto de cerca de 10 mil quilômetros que ligará Venezuela, Argentina e Brasil foi batizado de Grande Gasoduto do Sul. “Fiz a proposta e os presidentes Lula e Kirchner concordaram”, contou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao final de reunião entre os três países, nesta quinta-feira (19).
Acreditando no “potencial extraordinário” do projeto, Chávez propôs que os três países avancem na transformação de motores a gasolina para motores a álcool a partir da tecnologia Argentina.
“Propusemos que o gasoduto incorpore projetos como esse, que são complementares, para que no futuro a maior parte dos veículos a motor da América do Sul consuma gás, uma energia limpa, barata e não contaminante”, enfatizou Chávez. Isso permitiria, segundo ele, uma economia de 4 milhões de barris de petróleo por dia no ano 2020.
O líder venezuelano lembrou que, somadas, as reservas de gás natural da Bolívia, Venezuela, Brasil, Peru e Argentina totalizam em torno de 300 trilhões de metros cúbicos. Por isso, a integração energética entre toda a rede de gasodutos da América do Sul é defendida pelos três países. De acordo com o ministro de relações exteriores Celso Amorim, esse é, provavelmente, um dos mais importantes projetos de infra-estrutura da América do Sul.
“Por isso, os presidentes concordaram que ele terá que ser aberto a outros países que tenham interesse direto, seja nesse gasoduto, seja na complementação dessa integração energética com outros processo de integração energética que já ocorrem na América do Sul”, afirmou Amorim.
O ministro informou que, paralelamente aos estudos de viabilidade técnica, serão encaminhadas análises sobre a engenharia econômico-financeira e a estrutura empresarial do futuro gasoduto. Também serão estudadas possibilidades de projetos complementares que poderiam trazer benefícios econômico-sociais às populações situadas ao longo do gasoduto. (Mylena Fiori/ Agência Brasil)