A agência da ONU – Organização das Nações Unidas que supervisiona programas nucleares ainda não é capaz de dizer se o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos, porque o Irã não está cooperando completamente, segundo o diretor da AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica.
As incertezas “não foram esclarecidas depois de três anos de verificações intensivas da agência”, disse Mohamed El Baradei, que entregou na segunda-feira (27) um relatório confidencial, depois da diretoria da reunião da AIEA ter discutido na semana passada as atividades nucleares do país.
A agência já havia decidido referir o Irã ao Conselho de Segurança da ONU. Os Estados Unidos e outros países ocidentais acusaram o Irã de estar ocultando um programa que pode ser usado para fabricar armas nucleares.
Sem cooperação – Segundo Mohamed El Baradei, o governo do Irã continua com o programa de enriquecimento, usando gás de urânio em centrífugas em “cascata”. O Irã teria começado usando uma máquina para o uso do gás de urânio no dia 15 de fevereiro, afirmou Baradei.
O diretor da AIEA acrescentou que, sem a cooperação, ele não poderia afirmar se os objetivos do Irã com o enriquecimento eram puramente pacíficos.
Em uma reunião no dia 4 de fevereiro, o conselho da AIEA exigiu que o governo iraniano volte a permitir a presença de inspetores nucleares. O Conselho de Segurança pode considerar a imposição de sanções contra o Irã.
A correspondente da BBC em Viena, Bethany Bell, afirma que o relatório de El Baradei vai ser discutido pelo conselho do da AIEA e pelo Conselho de Segurança.
O Irã deve se reunir novamente com a Rússia para discutir formas para diminuir a tensão na crise gerada pela retomada de seu programa nuclear.
Uma delegação iraniana, liderada pela autoridade de segurança Ali Hoseyni-Tash, deve chegar a Moscou nesta terça-feira para retomar as negociações iniciadas no fim de semana a respeito de enriquecer urânio iraniano na Rússia.
O governo do Irã já afirmou na segunda-feira que concordou, a princípio, com a idéia do beneficiamento de urânio em parceria com o governo russo. (BBC Brasil/ Folha Online)