A privatização da água e do tratamento de esgoto não resolve os problemas de quem não tem acesso a esse serviço público, segundo Cláudio Langone, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente. Langone está nesta quarta-feira (22) no México, onde participou do IV Fórum Mundial das Águas no México.
Segundo ele, a privatização “não pode ser vendida como a saída milagrosa para todos os males”, apesar de em algumas situações serem necessárias parcerias com empresas privadas. Na Argentina, onde foi testada, essa política não deu certo. “Precisamos avançar em apoio e agenda internacional, e por isso estamos assinando um acordo de cooperação entre América Latina e União Européia com troca de experiências e com investimentos para qualificá-los na gestão da água”, diz.
Participante do Fórum das Águas, o boliviano Pablo Solón diz que há uma proposta de declarações feita pela Bolívia em que destaca a prioridade dos ministros de todos os países presentes declararem a água como um direito humano, como propriedade ambiental e que permaneça um bem público, sem a privatização dos serviços. “Desejamos também que o Fórum seja aberto para sociedade civil, campesinos e pobres de todo o mundo,” complementou.
De acordo com a coordenadora do Programa Rede de Águas, Malu Ribeiro, o Fórum também abordou temas como o desmatamento em países como o Brasil, que detêm muita água, mas tem poluição e não investe em parques e conservação das florestas. Sobre a cobrança da água, Malu afirma que já é uma realidade na maioria dos países, como Costa Rica e Guatemala, onde os recursos desse uso estão destinados para ações locais de reflorestamento e reposição ciliar, parques e conservação de mananciais. (Milena Assis/ Agência Brasil)