“Classificamos a COP8 de grande fracasso, foi uma perda de oportunidade”, afirmou o assessor do Greenpeace Internacional para Florestas, Martin Kaiser. “As negociações falharam, correram como navio sem capitão”.
A principal crítica da ONG à 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, foi a não definição de um programa de trabalho claro (com diretrizes gerais e prazo de conclusão já acordados) para a construção de um regime internacional de acesso a recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados e repartição de benefícios. Ou seja, de um sistema de regras mundiais para regular as pesquisas avançadas com plantas e animais, que se apropriem do saber dos indígenas, quilombolas e extrativistas, estabelecendo mecanismos de repartição dos lucros e tecnologia com as comunidades locais.
“Na prática, as discussões foram adiadas mais uma vez. De fato, isso é uma estratégia dos Estados Unidos e do seu grupo de marionetes, para colocar a biodiversidade em código de barras”, acusou Adário.
Outro ponto negativo levantado pelos ambientalistas foi a perspectiva de redução dos recursos do Fundo Global para Biodiversidade (Global Environmental Facility , ou GEF). No plano de orçamento para 2007, o governo dos Estados Unidos propôs reduzir a contrição do país de US$ 107 milhões para US$ 56 milhões – e se teme que outros países adotem a mesma postura. (Thaís Brianezi/ Agência Brasil)