Ação ambiental precisa incluir comunidades

Não será possível reduzir a perda da biodiversidade no planeta até 2010, como estabelece a Convenção sobre Diversidade Biológica, se as pessoas que dependem diretamente dessa biodiversidade não forem incluídas nas iniciativas de proteção. Foi esse alerta que o PNUD, através da sua Iniciativa Equatorial, fez durante a COP 8 (Oitava Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica), evento que terminou nesta sexta-feira, em Curitiba.

Em uma série de atividades paralelas à reunião, em uma área especial, externa, batizada de Taba Comunitária, o PNUD reuniu autoridades e delegados dos países signatários da Convenção com membros de comunidades tradicionais. “Nossa meta era colocar esses dois grupos, tão diferentes, em contato. Para que as comunidades possam dizer o que pensam e precisam e também para entenderem melhor os contextos em que essas reuniões acontecem”, explica o coordenador da Iniciativa Equatorial, Sean Southey.

A Iniciativa Equatorial foi criada pelo PNUD em 2000 para incentivar ações comunitárias, em países em desenvolvimento de áreas tropicais, que aliem a geração de renda e a preservação da biodiversidade, e colaborem para o avanço nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Na avaliação do PNUD, a maior parte da riqueza biológica restante no mundo está concentrada nos trópicos, em países geralmente com população pobre.

O apoio às ações comunitárias na Iniciativa Equatorial se dá por meio de quatro linhas de ação: o Prêmio Equatorial, voltado a projetos de desenvolvimento sustentável; um banco de dados chamado Conhecimento Equatorial, que divulga experiências bem-sucedidas na área; financiamentos para os chamados Empreendimentos Equatoriais; e a realização dos Debates Equatoriais.

A Taba Comunitária abrigou o oitavo Debate Equatorial, o segundo deles a ser realizado durante uma COP. De acordo com Southey, o resultado da reunião no Brasil foi bastante proveitoso. “As comunidades brasileiras são muito organizadas e sabem exatamente o que precisam e querem”, afirma. Ele avalia que a Convenção sobre Diversidade Biológica pode ser fortalecida se as comunidades simplesmente começarem a ser ouvidas. “As comunidades são a força por trás das iniciativas em prol do meio ambiente. Elas nos melhoram, nos ensinam, nos questionam, nos impulsionam, nos inspiram e, principalmente, nos desafiam”.

(Fonte: Marília Juste – PNUD)