Forma de nacionalizar gás boliviano surpreendeu, diz Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta terça-feira (9) que a nacionalização do gás e petróleo pela Bolívia era um cenário esperado. No entanto, segundo ele, a maneira como a medida foi tomada pelo governo boliviano não estava nas previsões brasileiras.

“A nacionalização não nos surpreendeu, a forma como foi feita nos surpreendeu”, afirmou o chanceler, que participou de audiência pública na CRE – Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. No início da audiência no Senado, Amorim classificou como “desnecessária” a ocupação da Petrobras por tropas bolivianas no dia 1º de maio.

De acordo com ele, a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, era previsível devido às posições defendidas durante a campanha eleitoral e no referendo realizado em julho de 2004, quando a população boliviana decidiu a favor do Estado recuperar a propriedade de suas reservas.

Amorim ressaltou, porém, que o governo brasileiro já conversou com Morales sobre a dupla dependência criada pelo gás boliviano. O Brasil compra 36% do gás que a Bolívia exporta. “Tudo isso já foi dito a Morales”, destacou o chanceler, que em breve deve ir a Bolívia se reunir com Evo Morales. (Yara Aquino/ Agência Brasil)