Rios de lava saíram do vulcão indonésio Merapi na manhã desta terça-feira (17), mas as nuvens tóxicas diminuíram pela metade, informou a agência de notícias local Antara. A lava não alcançou nenhuma área habitada da montanha, considerada sagrada por muitos moradores da região.
Dezenas de pessoas mantiveram sua rotina, ignorando a ordem de retirada e a persistente chuva de cinzas que atinge as aldeias da região nos últimos dias.
Os habitantes que continuam nas encostas do Merapi organizaram orações e oferendas coletivas ao vulcão para aplacar sua ira, em vez de se dirigirem aos campos de refugiados habilitados pelo governo.
Garibaldi Sujatmiko, um porta-voz presidencial, anunciou que o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, vai à região nos próximos dias para tentar convencer os moradores a descer da montanha.
Alerta – O Merapi está em alerta máximo desde sábado (13). Vulcanólogos temem que parte da lava e do material magmático expelido e sedimentado perto da cratera acabe cedendo e expulsando fluxos piroclásticos letais (uma mistura de gases, pó e fragmentos de lava incandescente). No entanto, dizem, é impossível prever se isso vai acontecer.
Durante a erupção de 1994, mais de 50 pessoas morreram, vítimas de nuvens vulcânicas tórridas, que atingiram temperaturas acima de mil graus centígrados.
O Merapi, de 2.911 metros de altitude, está situado no centro da ilha de Java e é um dos vulcões indonésios mais jovens. Especialistas consideram normal que haja erupções menores a cada dois ou três anos e uma de grande porte a cada dez ou 15 anos. Desde 1548, o vulcão entrou em erupção 70 vezes. A pior delas foi em 1930, quando morreram mais de 1.300 pessoas. (Efe/ Folha Online)