Seca e soja “devoram” a Amazônia, dizem jornais

Os jornais britânicos The Guardian e The Independent destacam em suas edições desta segunda-feira (17) o que julgam ser algumas das principais ameaças à Amazônia. De acordo com o Guardian, a seca que ameaçou a região amazônica em 2005, era vista por moradores locais “como algo que só acontece uma vez a cada geração”, mas o jornal acrescenta que “há sinais de que as condições extremas do ano passado estão retornando”.

O diário diz que, nos meses de junho e julho, o Acre enfrentou 40 dias sem chuvas, “algo quase que sem precedentes”. O jornal cita a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que afirma que a seca está ligada aos recordes de temperatura registrados no sudeste do Oceano Atlântico e no Golfo do México.

Mas o Guardian ascrescenta que, além de fatores ambientais, a área tem sido duramente atingida pela ação de madeireiros ilegais, que “afogam rios com os sedimentos vindos da terra desnuda”. Para o Independent, “grandes plantações de soja financiadas pela Cargill, a maior companhia privada do mundo, são o pior inimigo da floresta amazônica”.

O diário lembra que o País se tornou o maior exportador mundial de soja, superando os Estados Unidos e que os grãos de soja brasileiros estão “alimentando o crescente apetite da Europa por substitutos da carne” e acrescenta que a soja já é uma ameaça maior à região do que a agropecuária.

O jornal relata ter percorrido estradas ilegais criadas por madeireiros que levam a uma enorme monocultura ambiental situada dentro do Parque Nacional de Tapajós – uma reserva ambiental controlada pelo Ibama. De acordo com o Independent, “apesar de compromissos do governo Lula, a destruição da Amazônia continua” e acrescenta que quase 75% da degradação na região ocorre ilegalmente. (BBC Brasil/ Terra)