US$1 bilhão para reduzir emissões chinesas

Na semana passada, foi fechado o maior acordo já realizado em um país em desenvolvimento com objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE).

Neste acordo, companhias asiáticas e européias pagarão para duas companhias químicas chinesas mais de US$ 1 bilhão para reduzir suas emissões de um dos GEE mais potentes. O Carbon Facility, do Banco Mundial, fechou o acordo que pretende reduzir as emissões do HFC-23 em uma quantia equivalente a 100 milhões de toneladas de CO2.

O HCF-23 é utilizado como gás refrigerante. Molécula a molécula, ele é 11.700 vezes mais potente que o dióxido de carbono em relação ao seu poder de aquecimento global.

O dinheiro arrecadado através da negociação será depositado em um fundo destinado a promoção das energias renováveis e eficiência energética na China.

O acordo foi estabelecido dentro das regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto.

Os países industrializados que ratificaram o Protocolo são obrigados a reduzir as suas emissões de GEE abaixo do nível de 1990 até 2012. O MDL permite que estes países cumpram seus compromissos de redução através do financiamento de iniciativas em países em desenvolvimento.

O chefe de comunicações do Secretariado da Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, John Hay, diz que o acordo é um exemplo do boom de projetos de MDL fechados ao longo do último ano.

Segundo ele as reduções de emissão provenientes do MDL cresceram de 800 milhões de toneladas em fevereiro para 1.2 bilhões de toneladas no final de agosto, equivalente ao total combinado das emissões do Canadá e da França em 2003.

A diretora de meio ambiente e desenvolvimento social do leste da Ásia do Banco Mundial, Teresa Serra, disse que o acordo “Fornece uma oportunidade única para redirecionar as finanças do carbono em direção ao aumento de capacidade e as atividades de desenvolvimento sustentável na China”.

A China é responsável por cerca de 15% das emissões de mundiais de GEE, tornando o país segundo no ranking dos maiores emissores, perdendo só para os Estados Unidos.

Como um país em desenvolvimento, a China não é obrigada a reduzir as suas emissões dentro do Protocolo de Kyoto, assim como os Estados Unidos, que não ratificaram o protocolo. (Fernanda B Müller/ CarbonoBrasil)