A destruição da camada de ozônio que acontece sobre o Ártico depende muito das condições do clima, o que fez com que a OMM – Organização Mundial da Meteorologia afirmasse que o tamanho do buraco que existe sobre o hemisfério norte variará cada vez mais.
“Considerando que os invernos temperados serão cada vez mais temperados e os frios mais frios, é previsível que o tamanho do buraco vá surgir no Ártico seja cada vez mais variável”, disse em entrevista coletiva, realizada em Genebra, Geir Braathen, do Departamento de Investigação Atmosférica e Meio Ambiente da OMM.
Por ocasião da celebração do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, no dia 16 de setembro, a OMM publicou seu primeiro boletim sobre a redução da camada sobre o Ártico, que fica no pólo norte da Terra.
“Durante as duas últimas décadas observamos uma crescente tendência do aumento da variabilidade das condições meteorológicas na estratosfera”, afirmou Braathen.
“Embora a estratosfera do Ártico continue sendo vulnerável à destruição do ozônio, causada pela emissão de substâncias nocivas criadas e emitidas pelo homem, agora também sabemos que depende muito da meteorologia”, disse o cientista.
Ao contrário da Antártica, no Ártico há um número significativo de pessoas e existe a circunstância de os buracos na camada de ozônio serem muito móveis, de forma que se deslocam acima de Alasca, Canadá, Groenlândia, Norte da Europa e Sibéria.
A camada de ozônio é uma parte da atmosfera, que fica entre 15 e 35 quilômetros acima do solo, onde concentra-se 90% deste elemento, que é constantemente formado e destruído.
Uma das conseqüências mais prejudiciais para os seres vivos da diminuição desta proteção natural é que as pessoas ficam mais vulneráveis aos raios ultravioletas emitidos pelo sol, que causa danos à pele e aos olhos (queimadura, câncer e catarata) e enfraquece o sistema imunológico. Além disso, há uma redução da produtividade de cultivos.
De acordo com os dados do boletim publicado pela OMM, as reações químicas e, principalmente, as baixas temperaturas da estratosfera durante janeiro, desencadearam neste mês uma perda de 20% na camada de ozônio que fica sobre o Ártico.
Desde o final de 1993, já se passaram oito invernos no hemisfério norte nos quais foram registradas deteriorações da camada de ozônio mais graves que as deste ano.
O Dia Mundial para a Prevenção e Conservação da Camada de Ozônio foi estabelecido pelas Nações Unidas em 1995 para sensibilizar a opinião pública sobre o problema que representa. (Efe/ Redação Terra)