Índios pedem ação da Funai onde Boeing caiu

O líder indígena caiapó Megaron Txucarramãe disse no domingo (29) que vai propor que a Funai – Fundação Nacional do Índio instale um posto de fiscalização no local dos destroços onde caiu o avião da Gol. O acidente, em setembro, deixou 154 mortos.

A medida poderia evitar que curiosos se aproximem do local do acidente, dentro da reserva Capoto-Jarinã e próximo ao Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso.

Megaron liderou um grupo de 30 pessoas – 22 delas indígenas – que apoiou a operação de busca e resgate da FAB – Força Aérea Brasileira de vítimas do acidente, que ontem completou um mês. Administrador da Funai em Colíder (MT), Megaron, 56, iniciou a viagem até o local do acidente em 30 de setembro. Percorreu cerca de 60 km em carros e barcos até a fazenda Jarinã, base da operação.

O grupo percorreu mais 32 km de barco até encontrar um ponto para acampar na margem do rio Jarinã, que agora servirá ao posto de fiscalização, diz Megaron. Depois, andou mais 6 km até os destroços, com apoio de bússola e de um major do Corpo de Bombeiros.

“A primeira coisa que vi foram pedaços de avião nas árvores. Mais difícil foi quando começamos a achar corpos. Nossa ajuda era limpar em volta e abrir caminho para os militares. Não tocamos em nada.”

A FAB continua com cerca de 310 militares na operação de busca, sediada na fazenda Jarinã, para localizar o corpo do bancário Marcelo Paixão, única vítima cujos restos não foram achados, e destroços que possam auxiliar nas investigações. Familiares do bancário marcaram para hoje uma visita à fazenda Jarinã. (Kátia Brasil/ Folha Online)