O Brasil enviará representantes dos ministérios do Meio Ambiente e da Educação para o encontro que se realiza a partir desta terça-feira (31) em San José, na Costa Rica. Mais de 160 pessoas são esperadas para discutir a questão ambiental e o desenvolvimento sustentável, entre pesquisadores e representantes de empresas, universidades e organizações não-governamentais.
A delegação brasileira, segundo o Ministério do Meio Ambiente, vai propor no encontro, que termina quinta-feira (2), o reconhecimento do Tratado de Educação Ambiental para sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, elaborado durante a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro.
Desde essa época, avalia a coordenadora geral do Instituto Ecoar para a Cidadania, Mirian Duailibi, “muitos pontos melhoraram, mas a questão do aquecimento global, por exemplo, piorou nos últimos anos: os país industrializados aumentaram em 25% a emissão de gases poluentes, o desmatamento ainda ocorre de forma irresponsável”.
Ela lembrou que os brasileiros também levarão à reunião na Costa Rica a Carta da Terra, que traça uma série de diretrizes envolvendo a questão ambiental. Sobre o Tratado, disse que “fazemos revisões periódicas, a última foi em abril desse ano, mas percebemos que o texto está muito atual, trazendo questões muito presentes hoje na nossa vida, questões centrais de sustentabilidade no desenvolvimento econômico”. O documento, acrescentou, “foi o primeiro a trazer a noção de sociedade sustentável”.
Marcos Sorrentino, diretor de Educação Ambiental do ministério, considera o Tratado uma “referência para os ambientalistas do Terceiro Mundo” e uma espécie de divisor de águas e início das preocupações com as questões do meio ambiente.
Para Mirian Duailibi, a piora em alguns pontos da questão ambiental é resultado direto do desinteresse de governos e empresas, principalmente dos países desenvolvidos. “Pouca coisa saiu do papel em 14 anos, mas na questão ambiental tudo está interligado, é uma grande cadeia”, diz.
Entre os pontos que avançaram, ela destacou o nível de conscientização da população: “As pessoas buscam, além das informações, formas de contribuir com o meio ambiente”. E a queda, por dois anos consecutivos, nos índices de desmatamento no país. (Juliane Sacerdote/ Agência Brasil)