O CS – Conselho de Segurança da ONU – Organização das Nações Unidas aprovou por unanimidade neste sábado uma resolução para impor sanções contra o Irã devido à recusa do país em interromper seu programa nuclear.
A resolução determina que todos os países deixem de fornecer ao Irã materiais e tecnologia específicos que possam contribuir para os programas tanto nuclear como de mísseis do país, e também congela ativos de empresas e indivíduos que participam dos programas iranianos, cujos nomes constam de uma lista da ONU.
Se o Irã se recusar a acatar a determinação, a resolução alerta para a adoção de mais sanções de caráter não-militar.
A Rússia e a China, ambos países com fortes laços comerciais com o governo iraniano, pressionaram por uma adoção gradual de sanções contra o país. O Qatar apoiou o uso de energia nuclear no Irã, desde que para fins pacíficos.
Na sexta-feira (22), representantes de países europeus divulgaram um novo texto para a resolução, o que conseguiu atrair o apoio da China e da Rússia – que vinham se mostrando relutantes diante da pressão, em particular dos EUA, para a adoção de sanções mais duras contra o Irã.
O embaixador do Qatar na ONU, Nassir al Nassir, disse que seu país votaria a favor das sanções “porque estamos preocupados quanto à segurança das instalações nucleares iranianas”.
O Irã alega que o enriquecimento de urânio desenvolvido no país tem apenas fins pacíficos e ameaça romper sua colaboração com a AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica se for alvo de sanções. Mas a comunidade internacional alega que Teerã usa suas atividades nucleares para construir uma bomba atômica.
O governo iraniano insiste que suas atividades nucleares visam apenas a produzir energia, mas não aceitou um pacote de incentivos econômicos e políticos em troca de uma moratória nuclear oferecidos como alternativa pela comunidade internacional.
EUA – A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou na última quinta-feira (21) que seu país apóia a resolução, mesmo sem a proibição das viagens, um dos pontos que os EUA mais defenderam nas negociações.
Em Teerã, o negociador iraniano na crise nuclear e secretário do Conselho Nacional de Segurança do Irã, Ali Larijani, declarou ontem que ‘devido à natureza da resolução, não será capaz de pressionar o Irã, que dará a resposta apropriada se ela for aprovada’.
‘Esse comportamento só criará mais problemas. O Irã vai rever sua cooperação com a AIEA e outros âmbitos políticos, econômicos e culturais’, acrescentou.
O Irã enviou uma carta ao CS da ONU pedindo sanções contra Israel, alegando que o país possui ‘armas nucleares clandestinas’. Especialistas estimam que Israel possui entre 80 e 200 ogivas nucleares, mas autoridades israelenses reconheceram esse fato nem se dispõem a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. (Folha Online)