Falando sobre o tema “O Meio Ambiente e o Desenvolvimento do Brasil”, Marina Silva afirmou ser o Brasil um país privilegiado por sua potência ambiental. Porém, disse, as riquezas naturais brasileiras contrastam com os graves problemas sociais. Por essa razão, segundo ela, é necessário buscar formas de promover o desenvolvimento, combatendo as desigualdades sociais e preservando os recursos naturais. “É necessário promover o crescimento econômico em bases sustentáveis para geração de emprego e renda”, ressaltou.
Para a ministra, o grande desafio é trabalhar o desenvolvimento a partir de novos paradigmas colocados pela ciência. Os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPPC) dão conta de que o mundo está vivendo sob os efeitos das mudanças do clima e de que o processo tem sido acelerado pela atividade humana. Segundo o documento, 80% dos efeitos do aquecimento do Planeta se devem ao uso de combustíveis fósseis e 20% ao desmatamento. A ministra lembrou a redução estimada de 52% na taxa do desmatamento na Amazônia brasileira nos últimos quatro anos. Ressaltou, entretanto, que, ainda que o Brasil faça 100% do que está ao seu alcance nessa área, será afetado pelos efeitos climáticos, caso os países desenvolvidos não reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa. “O esforço tem que ser global e feito ao mesmo tempo por todos”, disse.
Marina Silva lembrou que em países em desenvolvimento, como o Brasil, cerca de 50% do PIB – Produto Interno Bruto dependem da biodiversidade. “Se destruirmos a nossa biodiversidade estaremos destruindo o nosso PIB, isso não é inteligente. É preciso pensar estrategicamente e mudar a forma de tratar a natureza”, afirmou.
A ministra reafirmou que, desde sua posse no ministério, em 2003, estabeleceu quatro diretrizes orientadoras da política ambiental brasileira que combinam desenvolvimento com sustentabilidade ambiental. “Temos nos concentrado no controle e participação social, no desenvolvimento sustentável, no fortalecimento do Sistema Nacional do Meio Ambiente e na adoção de uma política ambiental integrada”. Em sua opinião, essa é a melhor forma de fazer jus à potência ambiental do País: “Não devemos ficar o tempo todo em uma posição defensiva”. (MMA)