Bancos agem para regulamentar crédito de carbono

Um grupo de mais de 10 bancos (incluindo ABN Amro, Barclays Capital, Citigroup, Credit Suisse, Deutsche Bank e Morgan Stanley) chegaram a uma padronização para as reduções de carbono compradas por empresas e indivíduos com o objetivo de diminuir os efeitos negativos das suas atividades sobre o clima.

Os bancos alegaram que estão reagindo ao crescente risco à sua reputação, após a publicação de relatórios que alertam sobre os vários problemas no mercado de carbono. Em abril, o jornal Financial Times encontrou vários exemplos de empresas que negociavam os créditos, mas estes não possuíam nenhum benefício ambiental.

Os principais problemas estão no mercado de carbono voluntário, que não é regulado pelos governos, ao contrario do mercado para os créditos – estabelecido sob o Protocolo de Kyoto e sob o esquema de comércio de emissões da União Européia.

Imtiaz Ahmad, vice-presidente da European Carbon Investor Services, disse: “Esta padronização estabelece um benchmark robusto, com integridade ambiental para o mercado voluntário”.

Os bancos concordaram em basear o chamado padrão de redução voluntária (voluntary offset standard) em um sistema de verificações estabelecido pelo Protocolo de Kyoto. As empresas que venderem as reduções baseadas nestes padrões terão as suas operações verificadas por outras empresas independentes, evitando as fraudes.

Em conformidade, as reduções devem ser baseadas em projetos que utilizem uma, entre várias metodologias. Além disso, as empresas não podem receber créditos de carbono relacionados à utilização de energia nuclear ou de grandes hidroelétricas.

Os bancos não podem exigir que todas empresas utilizem os padrões, mas esperam que, ao publicar os critérios, as empresas e os consumidores sejam incentivados. Um indivíduo ou uma empresa pode se tornar neutro em carbono ao comprar um certo número de reduções, equivalente a suas emissões de carbono.

A maioria dos créditos é expedida sob Kyoto, pelo qual os países desenvolvidos concordaram em reduzir suas emissões em uma média de 5% até 2012. A ONU emite créditos para projetos que reduzem as emissões de gases do efeito estufa, e os créditos podem ser comprados por países desenvolvidos para alcançar suas metas.

O mercado para os créditos de carbono sob o Protocolo de Kyoto obteve um valor equivalente a 5 bilhões de dólares no ano passado, comparando com 25 bilhões de dólares do esquema europeu. O mercado voluntário alcançou o valor de 1 bilhão de dólares, mas, segundo as previsões, deve crescer rapidamente.

Grupos ambientalistas alegam que comprar as reduções salva a consciência do mundo desenvolvido, mas não resulta em reduções reais das emissões. (CarbonoBrasil)