Governo apresenta na Chapada dos Veadeiros políticas para comunidades tradicionais

Os participantes do 7º Encontro de Culturas Tradicionais, realizado na Vila de São Jorge na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, tiveram a oportunidade de participar nesta sexta-feira (27) da Roda de Prosa sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos de Comunidades Tradicionais.

A definição de comunidades tradicionais está especificada no decreto 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, que institui a Política de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Como este é um decreto ainda novo, a roda será uma oportunidade de esclarecer e abordar como o governo pretende desenvolver uma política para estas comunidades, atendendo suas necessidades, reconhecendo suas diferenças, valorizando e respeitando a diversidade.

As comunidades tradicionais mais conhecidas são os indígenas e os quilombos, mas esta política atende grupos como as quebradeiras de coco, os ciganos e os terreiros. Para divulga as características desses grupos, o Ministério do Meio Ambiente está produzindo uma nova Cartografia dos Povos Tradicionais do Brasil.

De acordo com a representante do Ministério do meio Ambiente, Tereza Moreira, o trabalho auxilia às diversas comunidades na identificação de suas relações sociais, com o território em que vivem e de quais são os conflitos do grupo com os diferentes atores sociais.

Já foram realizadas 10 cartografias de comunidades tradicionais, seis delas estão sendo apresentadas na roda de prosa. O Ministério do Meio Ambiente também desenvolve outros quatro programas que trabalham com ações destinadas às comunidades tradicionais, buscando o fomento e a inclusão do produtiva sustentável, o fortalecimento institucional, a segurança alimentar e o extrativismo sustentável.

O Ministério da Saúde, que vem incentivando a estratégia de saúde na família, oferece um incentivo financeiro maior para as prefeituras que aderem ao programa e possuem em seu município comunidades tradicionais. A representante do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Carmem di Simoni, detalha que este incentivo é necessário para minimizar as dificuldades em fixar recursos humanos em comunidades tradicionais.

“No caso do Programa Saúde da Família é necessário que o médico, o enfermeiro e os agentes de saúde residam na comunidade, o que as vezes é muito difícil de se conseguir sem um incentivo”, explica Carmem di Simoni.

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde, tem uma forte ligação junto às comunidades tradicionais quando o assunto é fitoterapia. Atualmente o Ministério da Saúde coordena a política interministerial de plantas medicinais e fitoterápicos.

O Incra também traz sua contribuição para a Roda de Prosa, apresentando o trabalho da superintendência do Distrito Federal e entorno, que vai desapropriar 250 mil hectares atingindo vários municípios de Goiás. Foram disponibilizados R$ 10 milhões para desapropriação de propriedades rurais. Estas terras serão entregues às comunidades quilombolas da região, os calungas.

A Roda de Prosa sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos de Comunidades Tradicionais foi transmitida em tempo real pelo site www.encontrodeculturas.com.br. (Agência Brasil)