“Este é o menor volume de gelo que já vimos nos registros de satélite, e ainda temos mais um mês para passar na temporada de degelo deste ano”, afirma.
Medições por satélite mostram 5,26 milhões de quilômetros quadrados de gelo no Ártico, abaixo da mínima recorde de 21 de setembro de 2005, de 5,32 milhões de quilômetros quadrados, informa o NSIDC.
O gelo marítimo está particularmente baixo na parte do ártico correspondente à Sibéria Oriental e ao Mar de Beaufort, no norte do Alasca, de acordo com o centro. O gelo no arquipélago canadense também reduziu-se bastante. Ao longo do lado do Oceano Ártico voltado para o Atlântico, a extensão da perda de gelo não é tão grande, mas ainda está acima do normal.
Cientistas acompanham a extensão do gelo no Ártico desde os anos 70, quando imagens de satélite passaram a ser disponibilizadas.
As regiões polares são um foco de preocupação para os especialistas no clima mundial que estudam o aquecimento global, porque essas regiões deverão sentir o impacto da mudança climática antes, e num grau mais acentuado, que outras partes do planeta.
O gelo no Ártico ajuda a resfriar a região, refletindo a luz do Sol de volta para o espaço – essa luz poderia ser absorvida se atingisse o solo escuro ou o oceano. O gelo reflete 80% da luz incidente. Já o oceano líquido absorve 90%.
O céu esteve anormalmente claro sobre o Ártico nos últimos meses, o que aumentou a incidência de luz solar e contribuiu para o derretimento elevado. Mas Serreze disse que “simplesmente não podemos explicar tudo por meio de processos naturais”. “Esta é uma evidência muito forte de que começamos a ver um aquecimento por efeito estufa”, disse ele, o que implica efeitos de atividade humana.
Ele diz que, anos atrás, teria previsto o desaparecimento total do gelo do Ártico durante o verão para 2070 ou 2100 mas, diante das taxas atuais, Serreze afirma que o derretimento total poderia ocorrer até 2030. (Estadão Online)