O pesquisador Wang Kexiong, do Instituto de Hidrobiologia da Academia de Ciências da China, confirmou após assistir à gravação que se trata efetivamente de um Baiji, um cetáceo pré-histórico, tímido e quase cego, também conhecido como golfinho branco.
“Nunca tinha visto um animal tão grande na água, portanto quando vi, filmei. Estava a cerca de mil metros de distância e saltou da água várias vezes”, disse Zeng Yujiang, o morador de Tonglin, na província de Anhui (leste), que fez a descoberta no último dia 19.
Neste mesmo mês, a espécie foi declarada funcionalmente extinta em um relatório de cientistas chineses e estrangeiros. Em dezembro, os pesquisadores rastrearam sem sucesso 3.400 quilômetros do rio em busca de espécimes do animal, do qual restavam apenas 400 indivíduos nos anos 80.
A expedição, patrocinada pelo ambientalista suíço August Pfluger e equipada com tecnologia de ponta, não encontrou sinais da espécie, um dos quatro golfinhos de águas doces do mundo, junto com os botos da Amazônia.
Segundo Pfluger, embora possam ter sobrevivido um ou dois espécimes, o golfinho poderia ser considerado funcionalmente extinto.
Para declarar a extinção definitiva de uma espécie, é preciso passar 50 anos sem que nenhum exemplar do animal seja visto, de acordo com a União Mundial de Preservação (IUCN, em inglês).
A constante redução do número de Baijis até seu desaparecimento foi devida aos métodos ilegais de pesca (com explosões e descargas elétricas), à navegação excessiva, à poluição e à construção de hidrelétricas – entre elas a maior do mundo, a represa das Três Gargantas. (Estadão Online)