Pesquisadores pedem urgência para políticas que atenuem efeito estufa

Pesquisadores brasileiros defenderam nesta sexta-feira (26) a adoção rápida de políticas públicas de mitigação de gases de efeito estufa no país, durante o primeiro encontro do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC, na sigla em inglês) na América Latina.

“O Brasil deve ter um plano de ação de mudanças climáticas, independente de metas (de redução de emissões de gases de efeito estufa no âmbito do Protocolo de Kyoto), que é questão de política externa”, defendeu o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, professor Luiz Pinguelli Rosa.

“Temos que trabalhar em modelos que possam ser replicados para estimular iniciativas internas, independentemente de adesão ou não a metas”, acrescentou o secretário executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas de São Paulo, Fábio Feldman.

Ele citou alternativas adotadas na capital paulistana, como o estímulo à prática da carona, para reduzir a frota de veículos nas ruas – um dos principais fatores de emissão de gases de efeito estufa em São Paulo – e a criação de mecanismos para viabilizar a sustentabilidade em empreendimentos da construção civil.

A pesquisadora Diana Urge-Vorsatz, integrante do IPCC, apresentou estudos sobre o potencial de mitigação em construções, com medidas de eficiência energética. Entretanto, segundo a pesquisadora, a adoção dessas medidas ainda esbarra em barreiras financeiras e regulatórias, por exemplo, o que demanda o estabelecimento de políticas para viabilizar esses processos.

Na avaliação de Feldman, os resultados apresentados pelos relatórios do IPCC, em especial, o último, elevaram “o patamar de consciência” da sociedade sobre os problemas do aquecimento global. “O desafio agora é saber como vamos conseguir traduzir essa consciência em políticas públicas”, ponderou.

Além de integrantes do IPCC, o evento internacional, realizado pela Secretaria de Estado e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e pela Companhia Vale do Rio Doce, reúne cerca de 250 ambientalistas para debater as recentes conclusões sobre o aquecimento global e seus impactos. (Agência Brasil)