“O Brasil deve ter um plano de ação de mudanças climáticas, independente de metas (de redução de emissões de gases de efeito estufa no âmbito do Protocolo de Kyoto), que é questão de política externa”, defendeu o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, professor Luiz Pinguelli Rosa.
“Temos que trabalhar em modelos que possam ser replicados para estimular iniciativas internas, independentemente de adesão ou não a metas”, acrescentou o secretário executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas de São Paulo, Fábio Feldman.
Ele citou alternativas adotadas na capital paulistana, como o estímulo à prática da carona, para reduzir a frota de veículos nas ruas – um dos principais fatores de emissão de gases de efeito estufa em São Paulo – e a criação de mecanismos para viabilizar a sustentabilidade em empreendimentos da construção civil.
A pesquisadora Diana Urge-Vorsatz, integrante do IPCC, apresentou estudos sobre o potencial de mitigação em construções, com medidas de eficiência energética. Entretanto, segundo a pesquisadora, a adoção dessas medidas ainda esbarra em barreiras financeiras e regulatórias, por exemplo, o que demanda o estabelecimento de políticas para viabilizar esses processos.
Na avaliação de Feldman, os resultados apresentados pelos relatórios do IPCC, em especial, o último, elevaram “o patamar de consciência” da sociedade sobre os problemas do aquecimento global. “O desafio agora é saber como vamos conseguir traduzir essa consciência em políticas públicas”, ponderou.
Além de integrantes do IPCC, o evento internacional, realizado pela Secretaria de Estado e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e pela Companhia Vale do Rio Doce, reúne cerca de 250 ambientalistas para debater as recentes conclusões sobre o aquecimento global e seus impactos. (Agência Brasil)