O comitê, de 17 membros, disse que a Parceria Global de Energia Nuclear (GNEP) não foi analisada de forma adequada pela comunidade científica e se apóia em tecnologias de reprocessamento que ou não foram comprovadas ou não estarão prontas no prazo previsto pela administração federal americana.
O relatório, divulgado na segunda-feira (29), afirma que a pesquisa para a GNEP está consumindo verbas e desviando esforços de outros programas sobre energia nuclear.
“Todos os membros do comitê concordam que o programa GNEP não deve prosseguir e que deveria ser substituído por um programa de pesquisa menos agressivo”, diz o texto, advertindo para “graves riscos técnicos e financeiros” caso o projeto tenha continuidade.
Bush havia anunciado a iniciativa em 2006, e já a citou várias vezes como peça chave nos esforços dos Estados Unidos para lidar com quantidades cada vez maiores de lixo nuclear radioativo e permitir, ao mesmo tempo, a expansão da plataforma nuclear para a geração de eletricidade.
Internacionalmente, o plano prevê que um pequeno grupo de nações, incluindo EUA e Rússia, abasteça outros países com combustível nuclear e reprocesse o lixo atômico desses países.
O Departamento de Energia do governo está preparando uma resposta ao relatório dos cientistas.
O comitê da Academia não comentou as questões de política internacional envolvidas no plano, mas expressou reservas quanto à capacidade do GNEP de resolver o problema nacional de lixo atômico.
O GNEP já foi alvo de críticas de grupos contra a proliferação nuclear e foi mal recebido pelo Congresso americano, que se negou a liberar verbas requisitadas pelo Departamento de Energia. (Estadão Online)