UE quer desenvolvidos cortando 20% do CO2

Os ministros do Meio Ambiente da União Européia (UE) defenderão que todos os países desenvolvidos devem cortar suas emissões de dióxido de carbono entre 20% e 30% em 2020 com relação aos níveis de 1990. Essa é a posição que o grupo levará para a próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Bali, na Indonésia, em dezembro, determinada em uma reunião ministerial na terça-feira (30).

A UE espera que, na ocasião, sejam debatidas as bases para o acordo global que substituirá o Protocolo de Kyoto, a partir de 2013. Os europeus devem enfrentar a oposição dos Estados Unidos, que não ratificaram o protocolo e defendem o desenvolvimento de tecnologias limpas para lidar com o efeito estufa, sem metas de redução de emissão.

A linha foi detalhada em um documento único e segue o plano já defendido pela primeira-ministra alemã, Angela Merkel, na última reunião do G-8. O objetivo é evitar que a temperatura média global não suba mais do que 2°C acima da estimada antes da Revolução Industrial.

A União Européia também defenderá que, a exemplo de seus países-membros, pelo menos 20% da energia consumida em 2020 seja originária de fontes renováveis. Estima-se que os biocombustíveis representam hoje, na Europa, 10% do que é usado em veículos.

Para o comissário europeu para o tema, Stavros Dimas, as negociações em Bali serão difíceis devido à posição americana. Por outro lado, ele espera que países em desenvolvimento, por enquanto livres de metas mandatórias de redução das emissões, apresentem contribuições significativas.

Nesse sentido, a ministra espanhola, Cristina Narbona, disse que o documento abre espaço para o fortalecimento de mecanismos financeiros internacionais. O foco é a implementação, pelos países em desenvolvimento, de tecnologias menos danosas ao ambiente e à manutenção de florestas como sumidouros de carbono.

O ministro português do Meio Ambiente e presidente do conselho ministerial, Francisco Nunes Correia, afirmou que a posição é uma “carta de navegação comum” dos países europeus dentro da estratégia contra as mudanças climáticas. Segundo ele, a única posição contrária partiu da Polônia, que pediu a inclusão de uma referência sobre o uso sustentável de florestas – “um pequeno problema técnico” que será resolvido pela presidência da UE, disse Correia. (Estadão Online)