“Queremos enviar a Bali a mensagem de que o governo alemão adota uma atitude precursora e toma as medidas apropriadas” sobre este assunto, declarou o ministro da Economia, Michael Glos, durante uma entrevista coletiva junto com seu colega do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel.
Em Bali, representantes do mundo inteiro estão reunidos para estabelecer um cronograma de negociações com vistas à conclusão de um acordo internacional para reduzir as emissões de gás de efeito estufa destinado a entrar em vigor quando expirar o protocolo de Kyoto, em 2012.
Na manhã desta quarta-feira, o conselho dos ministros alemão aprovou um programa com 14 projetos de lei e decretos, para alcançar seu objetivo de reduzir em 40% as emissões de CO2 até 2020 em relação a 1990, contra 20% a 30% para a União Européia (UE). Também decidiu dedicar 2,6 bilhões de euros do orçamento de 2008 à proteção do clima, o que representa um aumento de 200% em relação a 2005.
Várias associações de ecologistas saudaram este “primeiro passo”, mas denunciaram “a insuficiência” das medidas, sobretudo nos transportes.
A idéia é atuar junto ao produtor e ao consumidor, através da retorsão e do apoio financeiro.
Uma lei vai ser emendada para que 25% a 30% da eletricidade total do país seja produzida a partir de energias renováveis até 2020, o que levará a um aumento dos preços para os consumidores. Eles serão incentivados a recorrer a essas energias para se aquecer, mediante um programa de subsídios de 500 milhões de euros por ano a partir de 2009 para os edifícios antigos.
Sobre as energias tradicionais, o programa exige que as centrais de produção tenham um modo de funcionamento mais limpo e prevê multiplicar por dois a utilização do sistema de calor e energia combinados (CEC), muito eficiente de um ponto de vista energético.
Outro ponto importante é a economia de eletricidade, que a Alemanha pretende realizar subsidiando a renovação dos prédios antigos e a construção dos novos segundo métodos ecológicos.
No transporte, a taxa sobre os veículos será estabelecida em função do carbono emitido, e os combustíveis deverão incluir 10% de biocombustíveis daqui a 2020.
“Trata-se do único programa em todo o mundo que prevê uma aplicação tão concreta das metas estabelecidas. Esperamos que outros seguirão o exemplo”, afirmou Gabriel.
“A Alemanha quer mostrar que um país desenvolvido pode conciliar crescimento e proteção do clima”, acrescentou. (Yahoo Brasil)