Cientistas sabem, há tempos, que furacões ganham energia das águas quentes. Portanto, quanto mais quente a água, mais combustível a tempestade terá, seja para nascer ou fortalecer-se. O estudo calcula quanto da força e freqüência das tormentas se deve à água mais quente no mar, disse o autor do trabalho, Mark Saunders, do University College London.
Ele descobriu uma conexão matemática entre os altos e baixos da temperatura da água e a intensidade da temporada de furacões. Isso ajuda a explicar por que os furacões têm sido piores nos últimos 12 anos, e até mesmo por que 2007 – mais frio que o normal – foi uma exceção, sem furacões excepcionalmente fortes, diz Saunders.
O trabalho, que será publicado na edição desta quinta-feira (31) da revista Nature, descobriu que mudanças no padrão dos ventos causam uma grande mudança na atividade de furacões, mas concentrou a análise nos efeitos da temperatura do mar.
Saunders não examinou a causa das variações de temperatura, mas disse acreditar que a mudança climática é um fator.
Cientistas vêm debatendo se o aquecimento global provocado pelo homem já estaria afetando o regime de furacões no Oceano Atlântico, e que efeitos o fenômeno poderá ter no futuro.
Saunders focalizou a temperatura da água em uma faixa de mares tropicais que vai de Porto Rico e do Norte da América do Sul e se estende até a África, num registro que vem desde 1950.
A temperatura média da água entre agosto e setembro na região é de 27º C. Saunders calculou que para cada grau Fahrenheit de elevação – o que corresponde a uma variação de 0,6º C – a atividade de furacões, uma média de intensidade e freqüência, aumenta 49%; o número de furacões com ventos de mais de 177 km/h aumenta 45%; o número de furacões em geral sobe 36%; e o número de tempestades em geral sobe 31%. (Estadão Online)