O projeto prevê que a chamada usina Inga 3, ou Grande Inga, no rio Congo, terá capacidade instalada de cerca de 40.000 MW, superando a das Três Gargantas, na China (18.000 MW quando estiver completa, em 2009) e de Itaipu (cerca de 14.000 MW). Isto significaria duplicar a energia disponível no continente africano.
Mas grupos não-governamentais alegam que a maior oferta não beneficiaria as populações locais, porque a produção de Inga seria exportada para projetos industriais na África do Sul, Egito, Espanha e outros na Europa e no Oriente Médio, segundo organizações ouvidas pelo jornal britânico The Guardian.
O repórter da BBC Nick Miles disse que as negociações em Londres são um “momento crucial” para o projeto, nascido nos anos 1980 mas abandonado sucessivas vezes por conta da instabilidade política no país.
Além disso, o alto custo da obra – estimada em US$ 80 bilhões, ou quase R$ 140 bilhões – requereria uma captação de recursos “delicada”, nas palavras do repórter.
Segundo a imprensa britânica, o projeto atrai a atenção de banqueiros do Japão, dos Estados Unidos e da Europa, assim como instituições como o Banco Mundial.
Se o projeto de captação for bem-sucedido, a usina hidrelétrica ainda tardaria pelo menos 15 anos para ser construída e começar a gerar energia.
Ingá 3 seria a terceira usina hidrelétrica do rio Congo, além de Inga 1 e Inga 2. Apesar de gerar energia para exportação há muitos anos, pouco da eletricidade chega aos congoleses.
De acordo com o Guardian, apenas 6% das pessoas têm acesso à eletricidade no país. Nas áreas rurais, onde vive 70% da população, este acesso é de apenas 1%. (Fonte: Estadão Online)