No encontro, a primeira-ministra alemã criticou o fato de que a produção de cana-de-açúcar, a matéria-prima do etanol no Brasil, seria responsável pela destruição de florestas do país, algo que o governo brasileiro nega.
Renate Künast, em uma entrevista à influente revista alemã Der Spiegel, manifestou sua preocupação com o fato de Merkel, aparentemente, não ter debatido mais a fundo com Lula a questão do impacto ambiental da produção de etanol, preferindo aceitar a proposta de criar uma comissão binacional que vai avaliar esse impacto.
Para a política alemã, aí estaria a “enganação” – o fato de Merkel ter acreditado que a criação de tal comissão levará a uma solução para o problema. Segundo a política do Partido Verde, uma comissão semelhante já foi criada cinco anos atrás sem obter resultados palpáveis.
“Os brasileiros simplesmente não querem intromissão externa nesse assunto”, disse.
“É claro que a expansão das plantações de cana-de-açúcar vai forçar produtores de carne e soja a aumentar suas áreas plantadas, em detrimento das florestas tropicais.”
Künast foi ministra da agricultura no governo do antecessor de Merkel, o chanceler Gerhard Schröder.
Também na entrevista à Der Spiegel, a líder do Partido Verde no Parlamento alemão exigiu que Angela Merkel pare com as importações de derivados de cana-de-açúcar até que fique claro se uma produção de maneira sustentável pode ser alcançada.
O Partido Verde alemão está na oposição desde 2005, quando um governo coalizão de cristão-democratas e social-democratas liderado por Angela Merkel chegou ao poder. (Fonte: Estadão Online)