Paranhos participou na terça-feira de reunião técnica com os diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na qual o grupo liderado pela franco-belga Suez expôs os motivos pelos quais o consórcio pretende alterar o local de instalação da usina, em nove quilômetros.
A medida tem como objetivo reduzir custos e antecipar o prazo de instalação da hidrelétrica. O consórcio acredita que tem o apoio do governo para colocar em prática as alterações que está propondo para o projeto. “Avaliamos que temos o apoio do governo, que tem interesse de reduzir a tarifa de energia e garantir o fornecimento antecipado”, disse o presidente da Energia Sustentável do Brasil, Victor-Frank Paranhos.
Ele disse que essas alterações não trarão nenhum atraso no cronograma da outra usina do complexo do Rio Madeira (Santo Antonio) nem trará perda energética para a usina vizinha.
A mudança em Jirau causará um alagamento adicional de 10 quilômetros quadrados que, segundo o consórcio, é uma área pequena, em uma região já degradada. Além disso, frisou Paranhos, nessa área adicional que será alagada não há nenhuma comunidade residindo.
Outro ponto favorável é a redução do volume de rocha a ser escavada. Segundo ele, em vez de escavar 48 milhões de metros cúbicos de rocha, o novo projeto prevê a escavação de apenas 5 milhões de metros cúbicos. Essa diferença equivale a 537 vezes o volume de concreto do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Mercado livre – Paranhos afirmou também que a energia da usina a ser comercializada no mercado livre deverá custar entre R$ 130 e R$ 140 pelo megawatt/hora (MWh). Esse preço teria sido acertado em um leilão prévio de energia de Jirau para o mercado livre, feito pelo consórcio, dias antes da licitação de Jirau.
Essa faixa de preço é quase duas vezes superior aos R$ 71,4 MWh, que é o valor oferecido pelo consórcio para vender a energia no mercado cativo.
O mercado livre é formado por grandes empresas que optam por adquirir sua energia diretamente de geradores, sem comprá-la das distribuidoras. Já o mercado cativo é formado pelos pequenos consumidores, como as residências, que não escolhem de quem compram a energia, tendo de adquiri-la da distribuidora que tem a concessão de sua região.
O consórcio liderado pela Suez definiu no dia do leilão que venderá 70% da energia de Jirau às distribuidoras e o restante no mercado livre. (Fonte: Estadão Online)