Reunião do G8 no Japão termina sem resultados efetivos

Sem resultados efetivos para minorar o aquecimento global, evitar uma escalada inflacionária no mundo e uma crise sem precedentes na área de alimentos e energia, a reunião de cúpula das sete maiores economias e da Rússia, o G8, terminou nesta quarta-feira (9) com um superávit de atropelos e com um estoque de documentos que muito pouco acrescentou aos debates sobre desafios atuais.

A pior gafe partiu da Casa Branca, que descreveu o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, como líder “controverso” e “amador em política” em uma biografia sucinta distribuída aos jornalistas que acompanharam a viagem do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush ao Japão. Alarmados pela reação do governo italiano, na última terça-feira (8), os EUA pediram desculpas, por meio de comunicado oficial, para encerrar rapidamente o deslize.

No auge do verão, o encontro deste ano reuniu 22 chefes de Estado, dos quais 14 convidados, em uma estação de esqui às margens do lago Toya, na ilha de Hokkaido, a mais meridional do Japão. O local atendeu perfeitamente à obsessão do G8 – grupo composto pelo Japão, EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Rússia – por segurança e distância das manifestações de organizações não-governamentais e da imprensa mundial.

Os protestos ficaram restritos a cidades a mais de 100 quilômetros de distância da estação de esqui, protegida por um contingente de 20 mil policiais. Os jornalistas, por sua vez, foram “acolhidos” em um prédio ecologicamente correto – a 40 quilômetros percorridos em ônibus reservados e a três sessões de controle de distância do hotel onde ocorreram as reuniões. Cuidadosamente, o governo japonês tudo fez para evitar o contato da imprensa com as delegações e, mais ainda, com os chefes de Estado.

No momento da foto oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu seu ritual já conhecido de deixar os colegas esperando. No caso, os líderes do G8 e do G5 – África do Sul, China, Índia e México. Mas acabou recebido com um gesto simpático do presidente da França, Nicolas Sarkozy. (Fonte: Denise Chrispim Marin/ Estadão Online)