O microrganismo é uma versão “adaptada” da bactéria Thermoanaerobacterium saccharolyticum. Trata-se de uma criatura termofílica (ou seja, que gosta de altas temperaturas) e anaeróbica (ou seja, que não usa oxigênio). Os cientistas, liderados por Joe Shaw e Lee Lynd, do Dartmouth College, nos EUA, modificaram geneticamente o bichinho (rebatizado de ALK2) para que ele produzisse mais e melhor o etanol. Deu certo: além do alto rendimento, acabou que o etanol foi praticamente o único produto gerado pela bactéria.
Os resultados foram publicados na última edição da “PNAS”, revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, e trazem novo alento à busca dos americanos de uma forma mais eficiente de produzir etanol. Hoje, a única forma viável nos EUA é com a fermentação de milho. Ocorre que o rendimento é baixo, e o desvio da produção de milho para a geração de combustível agrava a crise dos alimentos. Naquele país, a forma mais eficiente de produzir etanol, a partir da cana-de-açúcar, é inviável – o clima não é propício a essa cultura.
Daí a expectativa de obter um meio de produção que consiga lidar com a celulose diretamente. Trata-se de um açucar complexo que as plantas usam para fortalecer sua estrutura. Caso uma bactéria possa processá-la, praticamente qualquer tipo de planta poderia ser usado para produzir etanol.
Ainda assim, os cientistas alertam que pode levar anos até que o organismo possa ser aplicado com sucesso na produção de etanol em larga escala a partir de celulose. “Independentemente das capacidades notáveis da linhagem ALK2, mais trabalho precisa ser feito antes que o organismo seja utilizável para aplicação industrial”, escreveram os cientistas. (Fonte: G1)