Instituto faz controle de mexilhões em áreas de hidrelétricas

O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) monitora reservatórios de hidrelétricas de cinco estados brasileiros, para controlar problemas causados pelos mexilhões dourados. De acordo com pesquisadores, a introdução do molusco no país foi identificada há cerca de 11 anos. A proliferação do animal pode causar entupimentos das tubulações, filtros e trocadores de calor das usinas.

Equipes de monitoramento do Lactec mantêm trabalho constante em todo o Rio Iguaçu, desde a nascente até a foz, nas fronteiras com o Paraguai e a Argentina, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para verificar quais são os pontos mais problemáticos.

A ocorrência do mexilhão dourado foi registrada pela primeira vez na América do Sul em 1991. A indicação é de que ele tenha sido introduzido pelo lastro de navios atracados em Buenos Aires. Ao contrário do que acontece na Ásia, continente de origem do molusco, aqui ele não encontrou nenhum predador natural e por isso se reproduziu com tanta facilidade.

“Há cerca de um ano, um estudo do Lactec contou o índice de um mexilhão por metro quadrado de área na bacia do Rio Iguaçu, na região central do Paraná. Seis meses depois, já existiam cerca de 70 destes organismos por metro quadrado no mesmo local. Nas últimas avaliações, já são mais de 140 mil”, conta o pesquisador Carlos Belz, lembrando que ainda é quase impossível combater a presença da espécie exótica nos rios que são afetados por ela.

Cuidados – Os projetos do Lactec contemplam ainda campanhas de educação ambiental, com materiais audiovisuais distribuídos nas regiões que ainda não foram afetadas. “As regiões centro-oeste e norte ainda não têm informações sobre o problema. Um dos objetivos do trabalho é alertar a população e os portos de várias localidades para que eles comecem a discutir a necessidade de monitorar a presença de espécies invasoras”, afirmou o pesquisador Carlos Belz. Segundo ele, a água do lastro de navios, vindos de diversas partes do mundo, ainda é uma das principais causas da proliferação do mexilhão no Brasil.

Em alguns lugares, como é o caso das margens do Rio Iguaçu no Paraná, existe o costume dos municípios construírem lagos com praias artificiais. Os estudos do Lactec observaram que o mexilhão dourado está sendo levado a regiões onde ele não existia transportado por caminhões de areia. Como o molusco sobrevive até dez dias fora da água, a carona está causando a dispersão. (Fonte: G1)