Agroecologia é debatida por produtores rurais e pesquisadores do Baixo Amazonas

Alternativas de trabalho viáveis para a agricultura familiar e outras modalidades de agricultura que possam ser praticadas de forma sustentável no Baixo Amazonas estão sendo debatidas esta semana, no município de Parintins, por aproximadamente 300 pessoas, entre produtores rurais, estudantes universitários e pesquisadores da área agrícola no Amazonas.

As discussões fazem parte do 1º Seminário de Agroecologia do Baixo Amazonas, promovido pela Universidade do Estado (UEA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O objetivo do evento é divulgar o conceito de agroecologia e estimular a prática agrícola aliada à preservação ambiental, considerando-se as particularidades da população, do clima e de ambiente da realidade amazônica. A agroecologia é uma nova abordagem da agricultura que integra diversos aspectos agronômicos, ecológicos e socioeconômicos, visando à sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética.

A região do Baixo Amazonas inclui os municípios de Parintins, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Maués, Nhamundá, São Sebastião do Uatumã e Urucará. De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Nestor Lourenço, nessa região já são realizadas práticas agrícolas sustentáveis, como viveiros comunitários e produção de guaraná orgânico, buscando-se a segurança e o bem-estar do meio ambiente amazônico. A idéia é ampliar o número desse tipo de iniciativas e também as pesquisas científicas relativas ao segmento.

“Buscamos uma agricultura sustentável para a nossa região. O homem amazônico que vive da agricultura precisa produzir e ser orientado para não trazer prejuízos ao meio ambiente. É o caso do guaraná orgânico produzido pelos índios Sateré em Parintins e também pelos agricultores de Urucurá. A produção tem apresentado resultado tão positivo que está sendo comercializada para a Itália”, contou.

Na avaliação dos pesquisadores da Embrapa, a agricultura praticada na Amazônia deve ter um olhar especial. “Não dá pra copiar o que é feito em outras regiões do país, que têm clima e solo diferentes dos nossos”, acrescentou Lourenço.

Para o diretor da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) no Amazonas, Silas Garcia, o encontro representa um esforço para afirmar a agroecologia como ciência, tanto na pesquisa agropecuária quanto no ensino acadêmico.

Durante o seminário, os participantes também terão acesso a oficinas e mini cursos temáticos. Haverá também exposição e venda de produtos amazônicos (artesanais e comestíveis). O 1º. Seminário de Agroecologia do Baixo Amazonas teve início na última quarta e terminará neste sábado (13). (Fonte: Radiobrás)