É em um tanque que as ostras recebem o tratamento. A água simula a mudança da maré. A temperatura é a que elas mais gostam. A comida é balanceada à base de várias especies de microalgas de regiões frias, cultivadas com todo o cuidado nos laboratórios.
Tudo é feito para que as ostras se sintam à vontade para se reproduzir. E funciona. Em menos de um dia as larvas já podem ser levadas para outro ambiente, onde passam mais 20 dias até se transformarem em ostras que são, na verdade, sementes.
A produção feita em Guaratuba, no centro de reprodução e propagação de organismos marinhos, é uma das únicas do país com ostras nativas. Foram três anos de estudos e testes até chegar à tecnologia e já tem gente de longe querendo as sementes.
“A gente tem recebido ligações do Nordeste do Brasil para saber se há possibilidade de fornecimento dessas sementes para outras regiões do país”, disse Paula Baldan, zootecnista.
Nos próximos 15 dias, produtores de Guaratuba, Paranaguá e Guaraqueçaba vão receber gaiolas. Serão distribuídas 350 mil sementes. Na primeira etapa cada produtor receberá 40 mil delas. Para ajudar, técnicos vão acompanhar o desenvolvimento.
O criador Mauro pretende aumentar a produção com as sementes que ganhou, já que está cada vez mais difícil encontrar no mar. “Para nós pescadores, isso vai começar a fazer um trabalho com sequência”, disse.
“Fazer com que os pescadores e as pessoas ligadas ao litoral tenham uma oportunidade de renda sendo extraída do mar, perto de onde eles vivem, de uma forma sustentável. E que isso possa se perpetuar ao longo dos anos sem prejudicar a natureza”, explicou Fabiano Bendhack, zootecnista. (Fonte: G1)