A Harlequin succinea, identificada pela primeira vez no país em 2004, se alimenta de várias outras espécies de insetos, inclusive de larvas de outras joaninhas, e frutos.
“A velocidade da disseminação é dramática e sem precedentes”, afirmou a pesquisadora Helen Roy, do Centro para Ecologia e Hidrologia da Grã-Bretanha.
No entanto, um estudo apresentado na Exposição Científica de Verão da Royal Society indica que parasitas de espécies nativas de joaninhas já estão se adaptando à invasora, conhecida como arlequim.
Agora, cientistas querem introduzir uma espécie de ácaro que provoca infertilidade na espécie asiática.
A joaninha-arlequim foi trazida para a Europa para ajudar no controle de pragas de outros insetos.
Desde 2005, o avanço da espécie está sendo acompanhado por um programa científico, que conta com a participação de interessados.
“O que descobrimos é que o reduto delas é o sudeste, mas também já alcançaram Orkney, a Irlanda do Norte, o extremo oeste do País de Gales e a ponta oeste da Cornualha”, afirmou Roy.
Grande predador – Os pesquisadores também já sabem que o inseto entrou na ecologia britânica como um grande predador.
“Como não há nada que ataca essas joaninhas em especial, acreditamos que mil espécies podem ser potencialmente impactadas.”
A cientista Remy Ware, da Universidade de Cambridge, estuda medidas que possam conter o avanço frenético das joaninhas-arlequim.
Ela afirmou que alguns dos inimigos naturais desses insetos, moscas e vespas conhecidas como parasitoides, estão se adaptando para atacar também a espécie invasora.
Esses insetos botam seus ovos dentro de joaninhas, o que leva à morte delas.
“Temos indícios dos últimos dois anos que esses dois grupos podem estar se adaptando para atacar arlequins como um novo hospedeiro”, afirmou Ware.
Ácaros – Outro possível predador para os insetos é um ácaro sexualmente transmissível que provoca infertilidade em joaninhas fêmeas. Para acontecer o contágio, é preciso haver fecundação entre duas gerações de insetos.
Como as espécies nativas britânicas só produzem uma geração por ano, não há tempo hábil para que o ácaro se dissemine entre elas.
Já a joaninha asiática produz até cinco gerações por ano, o que faz dela uma presa ideal para este ácaro.
“Não estamos sugerindo introduzir um novo inimigo na Grã-Bretanha. Ele já está aqui e, com tempo, esperamos que ele ataque as arlequins”, disse Ware.
O grupo liderado pela cientista de Cambridge está avaliando métodos artificiais para apressar a disseminação do ácaro em joaninhas asiáticas. Para depois reintroduzí-las à vida selvagem. (Fonte: Estadão Online)