Obama pressiona ricos e emergentes por pacto climático amplo

O presidente dos EUA, Barack Obama, mantém diversas reuniões nesta quinta-feira (9) para pressionar países ricos e emergentes para adotar metas mais claras de redução de emissões de poluentes durante a cúpula do G-8 em L’Áquila, na Itália. Obama se encontrou pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pediu que Brasil e EUA adotem uma posição comum sobre o clima.

Na quarta-feira (8), o G-8 e os emergentes do G-5 (Brasil, China, Índia, México e África do Sul), concordaram em limitar o aquecimento global até 2050 a até 2 graus Celsius. Os EUA e os países europeus concordam em reduzir a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global em até 80% até 2050 e que o resto do mundo deve cortar seus poluentes em 50%, mas os emergentes não querem se comprometer com metas para não comprometer seu crescimento.

Segundo o porta-voz da Casa Branca Robert Gibbs, Lula não deu espaço para discutir a redução de emissão de gases do efeito estufa, mas Obama está otimista. “Ainda há espaço para reduzir a discordância antes da cúpula de Copenhague”, disse Gibbs. A reunião na Dinamarca deve produzir um novo acordo para redução de poluentes em substituição ao protocolo de Kyoto.

O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que Brasil e os EUA irão tentar chegar a uma posição comum na Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática. Segundo ele, foi Obama quem apresentou a proposta a Lula.

O diretor do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty, Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse que Obama quer que Brasil e EUA liderem as negociações em Copenhague, a partir de uma posição consolidada. Porém, segundo Marco Aurélio, o presidente norte-americano deixou claro a Lula a margem limitada dos EUA para assumir compromissos mais ambiciosos no acordo que fixará metas de redução de emissão de gases poluentes para o período de 2013 a 2020.

De acordo com a Casa Branca, Obama também deve liderar as discussões no Fórum das Maiores Economias, grupo que inclui além do G-8 e o G-5, Austrália, Indonésia, e Coreia do Sul. Juntos, estes países respondem por 80% da poluição mundial.

“Será uma oportunidade para o presidente e outros líderes discutirem o que podem fazer coletivamente e também para alavancar as negociações politicamente”, disse o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Mike Froman.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta manhã que o G-8 precisa financiar os países mais pobres na mudança da matriz energética, mas que todos os países devem cortar suas emissões de poluentes. (Fonte: Estadão Online)